
A empresária Juliana Garcia dos Santos, de 35 anos, que foi violentamente espancada com 60 socos pelo então namorado, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, em um elevador de condomínio em Natal recebeu alta hospitalar nesta segunda-feira (4), três dias após passar por uma delicada cirurgia para reconstrução dos ossos do rosto. O procedimento, realizado no Hospital Universitário Onofre Lopes, durou mais de sete horas e contou com a participação de uma equipe multidisciplinar.
De acordo com o hospital, a paciente seguirá agora em recuperação domiciliar, devendo retornar para uma avaliação pós-operatória ainda neste mês. A cirurgia, considerada complexa, teve como objetivo restaurar tanto a aparência quanto a funcionalidade facial, prejudicadas pelas múltiplas fraturas decorrentes das agressões.
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O cirurgião-dentista Kerlison Paulino de Oliveira, que participou da operação, relatou que a equipe enfrentou dificuldades devido à gravidade das fraturas. Fragmentos ósseos estavam muito afastados uns dos outros, o que exigiu o uso de placas mais rígidas e robustas para garantir a fixação. Embora o procedimento tenha sido bem-sucedido, há possibilidade de sequelas permanentes, dado o grau dos danos.
BRUTALIDADE
O crime ocorreu no dia 26 de julho e foi registrado pelas câmeras do elevador do condomínio. As imagens mostram o agresso, que é ex-jogador de basquete, desferindo mais de 60 socos contra a vítima, após uma discussão iniciada momentos antes, durante um encontro social no condomínio. A motivação, segundo a investigação conduzida pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Natal, teria sido ciúmes.
A cena foi acompanhada em tempo real por um funcionário da segurança do prédio, que acionou a Polícia Militar. Ao chegarem ao térreo, moradores ajudaram a conter o agressor até a chegada dos policiais. A vítima foi encaminhada inicialmente ao Hospital Walfredo Gurgel, antes de ser transferida para o HUOL para a cirurgia especializada.
Igor Eduardo foi preso em flagrante e, após audiência de custódia, teve a prisão convertida em preventiva. Ele foi formalmente indiciado por tentativa de feminicídio.
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Cirurgia complexa e recuperação lenta
O procedimento realizado é conhecido como osteossíntese, indicado para reparar fraturas faciais com o uso de placas e parafusos. O hospital informou que, mesmo com o esforço da equipe, a extensão dos danos pode dificultar a recuperação plena, especialmente em funções como fala e mastigação, que devem levar cerca de 45 dias para começar a se normalizar.
Como denunciar casos de violência contra a mulher
Casos de agressão como este podem e devem ser denunciados por qualquer pessoa. As principais formas de contato com os órgãos de segurança são:
- Polícia Militar: 190 – para situações emergenciais.
- Polícia Civil: 181 – para denúncias anônimas.
- Central de Atendimento à Mulher: 180 – atendimento especializado, orientação e encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes.
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