
Em um mundo cada vez mais conectado, onde redes sociais incentivam a exposição constante, saber o que manter em sigilo pode ser uma poderosa forma de cuidado com a própria saúde emocional. A psicóloga Cibele Santos alerta que o silêncio, em certas situações, é mais do que prudência: é proteção.
“Há assuntos que devem ser guardados para si, ao menos até que estejam resolvidos ou em estágio mais avançado”, diz a especialista. Falar demais sobre planos, conflitos ou sonhos ainda não realizados pode desviar o foco e gerar desgastes desnecessários.
A seguir, Cibele elenca seis tópicos que devem ser tratados com discrição:
- 1. Planos de carreira ou mudança de vida
Compartilhar ideias muito cedo pode gerar uma falsa sensação de conquista. “O cérebro interpreta a validação recebida como parte do trabalho concluído, o que reduz o foco e a energia necessários para realizá-lo de fato”, explica a psicóloga.
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- 2. Problemas em relacionamentos afetivos
Expor conflitos conjugais ou familiares pode enfraquecer os laços, sobretudo quando há julgamentos externos. A recomendação é tratar os problemas no ambiente em que surgem, com ajuda especializada, se necessário.
- 3. Incertezas e decisões em andamento
Segundo Cibele, dividir indecisões com pessoas despreparadas para ouvir pode aumentar ainda mais a confusão interna. “É importante escolher com quem dividir esses momentos delicados”, alerta.
- 4. Críticas e opiniões negativas sobre outras pessoas
Mesmo que pareça seguro desabafar, esse tipo de comentário pode afetar sua imagem e gerar conflitos desnecessários. “A forma como falamos dos outros também diz muito sobre nós”, pontua.
- 5. Atitudes generosas e ações solidárias
Ao divulgar atos altruístas, corre-se o risco de transformar um gesto genuíno em uma busca por validação. “A generosidade ganha força no anonimato”, destaca a especialista.
- 6. Objetivos e ambições de longo prazo
Sonhos e metas são frágeis no início. Ao expô-los antes da hora, você se abre a críticas e comparações que podem minar sua motivação. “Algumas metas florescem melhor no silêncio”, conclui.
Falar menos para realizar mais
A psicóloga lembra que, ao dividir planos ainda em formação, a recompensa emocional antecipada pode reduzir o ímpeto de execução. Além disso, reações negativas ou desmotivadoras podem afetar diretamente sua força de vontade.
Com quem dividir?
A recomendação não é se isolar, mas escolher bem os confidentes. “O ideal é contar com pessoas que escutam sem julgar, respeitam o sigilo e oferecem apoio verdadeiro”, diz Cibele. Segundo ela, vulnerabilidade não é fraqueza: é coragem.
Equilíbrio é a chave
Por fim, a especialista reforça que todos enfrentam momentos de exposição e incerteza, e reconhecer a própria vulnerabilidade é um passo importante no desenvolvimento emocional. “Compartilhar pode ser transformador — mas apenas quando feito no momento certo, com as pessoas certas.”
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