Alvo de vandalismo, imagem de Nossa Senhora é restaurada 

Um gesto de fé e resistência marca a tarde desta segunda-feira (7) no distrito do Apeú, em Castanhal, nordeste do Pará. A imagem de Nossa Senhora de Nazaré, destruída em um ato de vandalismo no mês passado, será finalmente recolocada em seu pedestal após passar por restauração.

O episódio de destruição da santa chocou a comunidade local e reacendeu discussões sobre intolerância religiosa. O ataque aconteceu na manhã do sábado, 20 de setembro, quando a estátua — tradicional símbolo de devoção e ponto de oração na entrada da Avenida Nazarena — foi derrubada e danificada por dois homens que desceram de uma carreta, segundo testemunhas.

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“Infelizmente, alguns homens em uma carreta pararam perto da santa. Eu vinha logo atrás, ia fazer o retorno para ir até a padaria aqui perto da Bela do Vanderson, naquela esquina. Foi quando vimos a carreta parar, e desceram dois homens e atingiram a imagem com um pedaço de pau e a derrubaram, claramente por maldade”, relatou uma moradora que presenciou a cena.

A destruição da imagem foi interpretada não apenas como vandalismo, mas como um possível caso de intolerância religiosa — uma conduta considerada crime pela legislação brasileira. O artigo 208 do Código Penal prevê pena de detenção e multa para quem escarnecer publicamente de crenças religiosas, impedir ou vilipendiar atos ou símbolos de culto. Em casos mais graves, a Lei nº 9.459/97 permite o enquadramento como crime de ódio.

A imagem de Nossa Senhora, símbolo da fé católica e da tradição mariana tão presente no Pará — especialmente no período que antecede o Círio de Nazaré —, foi recolhida e enviada para restauração após o ataque. O trabalho de recuperação foi realizado com o apoio da comunidade e de voluntários devotos, que se uniram para devolver à santa seu lugar de honra.

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Nesta segunda-feira (07), à tarde, a imagem restaurada será recolocada na praça da Avenida Nazarena, em um momento que promete reunir fiéis, moradores e representantes religiosos em um ato de fé, paz e resistência contra a intolerância.

A comunidade espera que a nova instalação da santa sirva não apenas como um símbolo religioso, mas também como um marco de respeito à liberdade de crença, princípio garantido pela Constituição Federal e essencial para a convivência em uma sociedade plural.