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OPINIÃO

Coluna do Gerson Nogueira: a Copa do Mundo do Gigantismo

Os números da competição que ocorre de quatro em quatro anos, fez história em interações e engajamento sobretudo nas redes sociais, além do sucesso de lucratividade

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Imagem ilustrativa da notícia Coluna do Gerson Nogueira: a Copa do Mundo do Gigantismo camera A Copa do Catar foi um grande sucesso em números | Reprodução/Instagram

A Copa do gigantismo

A Fifa não cansa de festejar os números superlativos gerados pela Copa do Mundo do Qatar. Dos 172 gols nos jogos da competição à marca de cinco bilhões de interações, vários recordes foram superados. A final eletrizante entre Argentina e França teve quase 1,5 bilhão de espectadores. A abertura entre Qatar e Equador teve audiência de 550 milhões de pessoas.

Outro número divulgado no balanço que a Fifa apresentou ontem impressiona pela repercussão mundial do torneio: quase seis bilhões de interações em mídias sociais, com 262 bilhões de alcance cumulativo em todas as plataformas

Além dos 88.966 espectadores que lotaram o estádio Lusail, na tarde/noite de 18 de dezembro de 2022, para ver Lionel Messi e Kylian Mbappé em ação, quase 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo assistiram àquela que já é considerada a mais empolgante decisão de todas as Copas.

Uma audiência de 5 bilhões de pessoas se envolveu diretamente com a Copa do Qatar, acompanhando conteúdo em uma variedade inédita de plataformas e dispositivos midiáticos. É a prova maior do alto grau de interesse em torno da maior competição esportiva do planeta.

Nas redes sociais, segundo o instituto Nielsen, outros números gigantes: foram 93,6 milhões de postagens em todas as plataformas, com alcance acumulado de 262 bilhões e 5,95 bilhões de interações.

A já histórica Copa catariana atraiu um público total de 3,4 milhões de espectadores, um aumento espetacular de 3 milhões em comparação com o Mundial da Rússia em 2018.

Os 172 gols assinalados no Qatar garantem ao torneio a condição de edição mais prolífica das Copas do Mundo, superando os 171 gols marcados em 1998 (França) e 2014 (Brasil).

No ambiente majestoso do Lusail Stadium, o mais bonito da Copa, três partidas – incluindo a final – registraram o maior público em uma Copa do Mundo da Fifa desde a final do torneio norte-americano em 1994, entre Brasil e Itália, no Rose Bowl (Pasadena), que teve 94.194 espectadores.

Em campo, alguns números históricos. Enquanto Messi se tornou o primeiro jogador a marcar em quatro eliminatórias consecutivas da Copa do Mundo desde que as oitavas de final foram introduzidas na era moderna – México 1986. Na decisão, o camisa 10 argentino também quebrou o recorde do alemão Lothar Matthäus em sua 26ª partida em Copas.

O gol madrugador veio aos 68 segundos de jogo e foi marcado pelo canadense Alphonso Davies, de 22 anos, contra a Croácia. Com seu excelente gol na goleada de 7 a 0 sobre a Costa Rica, o espanhol Gavi se tornou o jogador mais jovem a marcar em uma Copa do Mundo desde Pelé em 1958, aos 18 anos e 110 dias.

Outras conquistas podem ser atribuídas ao Mundial do Oriente Médio. Stéphanie Frappart foi a primeira mulher a arbitrar uma partida de Copa. Junto com as auxiliares Neuza Back e Karen Diaz, ela formou o primeiro trio de árbitras da competição.

Pela 3ª vez na história (1986, 2002, 2022), os oito líderes do grupo incluíram representantes de quatro confederações diferentes. Três times africanos chegaram às oitavas pela primeira vez e um deles (o intrépido Marrocos) também de forma inédita alcançou a semifinal.

Por óbvio, a entidade não cita as cifras do faturamento com o torneio, mas é certo que o ciclo dos últimos quatro anos foi o melhor da história da entidade: algo em torno de R$ 40,5 bilhões contra gastos de R$ 35 bilhões, proporcionando um lucro líquido de mais de R$ 5,4 bilhões. Números fabulosos que confirmam a grandeza do negócio futebol.

Vale, por fim, destacar o contingente de pessoas que atuou nos bastidores, como os 20 mil voluntários de 150 nacionalidades e o exército de 10 mil jornalistas, estatística que inclui este escriba de Baião.

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Loas e rapapés para o técnico mais brucutu da história

Foi uma babação de ovo monumental na ESPN em torno do ex-técnico Muricy Ramalho, o popular “papel de embrulhar prego”, sujeito que mais insultou e desrespeitou jornalistas na história recente do futebol no Brasil. Quando técnico do São Paulo, não havia uma entrevista dele sem que repórteres (alguns iniciantes no ofício) fossem esculachados e tratados aos gritos. Um comportamento assumidamente abusivo e antiprofissional.

Depois de passar uns tempos do outro lado do balcão, ruminando comentários no Sportv, amansou o temperamento e chegou até a posar de simpático. A veia irascível brotou de novo, porém, em episódio ocorrido durante a pandemia, em Santos. Na ocasião, ao ser abordado por uma equipe de TV, ficou furibundo e soltou impropérios ao ser instado por não usar máscara, acessório obrigatório naquele momento.

De repente, ontem, eis que o dito cidadão é tratado como rei, chegando a ser homenageado pelo “conjunto da obra”, como se nada tivesse acontecido lá atrás. As jumentices do ex-treinador foram convenientemente esquecidas, empurradas para os escaninhos do esquecimento.

Por sorte, o YouTube está aí mesmo para ser consultado sobre as dezenas de grosseiras intervenções de Muricy, que, como técnico, fez história pelos times rústicos que montou. É também o orgulhoso inventor do sistema “muricybol”, que se notabiliza por cruzamentos intermináveis em direção à área para esperar cabeceios ou pernadas dos atacantes.

O Brasil, de fato, não é lugar para amadores.

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