
A empresa americana Colossal Biosciences anunciou nesta segunda-feira (07) a criação de filhotes de lobo-terrível (Aenocyon dirus), espécie que foi extinta há mais de 10 mil anos. Nas redes sociais, a empresa compartilhou um vídeo onde é possível ouvir os uivos dos filhotes.
SOUND ON. You’re hearing the first howl of a dire wolf in over 10,000 years. Meet Romulus and Remus—the world’s first de-extinct animals, born on October 1, 2024.
— Colossal Biosciences® (@colossal) April 7, 2025
The dire wolf has been extinct for over 10,000 years. These two wolves were brought back from extinction using… pic.twitter.com/wY4rdOVFRH
Os filhotes teriam sido gerados por meio de uma técnica avançada de edição genética. De acordo com a empresa americana, essa é uma das primeiras tentativas de trazer uma espécie extinta de ‘volta à vida’. Além do lobo, o projeto também tem como objetivo a reintrodução de outras espécies, como: o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), o dodô (Raphus cucullatus) e o lobo-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus).
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Como funciona a técnica que ressuscitou o lobo-terrível?
A empresa Colossal Biosciences publicou uma série de vídeos nas redes sociais em que os cientistas que fazem parte do projeto mostram detalhes de como eles realizarão a ‘ressurreição’ da espécie de lobo.
Segundo a publicação, o primeiro passo do projeto se deu a partir da coleta de amostras de DNA do lobo-terrível, que foram extraídas de um dente de 13 mil anos encontrado em Ohio e de um pedaço de crânio com 72 mil anos escavado em Idaho, ambos nos Estados Unidos.
Em seguida, esse material genético teria sido sequenciado, o que permitiu com que os cientistas conseguissem comparar os genes da espécie extinta com os de espécies vivas. Com isso, eles descobriram que o lobo-terrível estava geneticamente mais próximo do lobo-cinzento (Canis lupus), que é encontrado em regiões frias do Hemisfério Norte, como o Canadá e a Rússia.
Com essa informação, os cientistas realizaram modificações no DNA do lobo-cinzento, alterando 14 genes em 20 locais específicos para aproximá-los das características genéticas do lobo-terrível. Entre as mudanças estavam a cor do pelo, o porte maior, a musculatura das pernas e a forma da cabeça e das orelhas.
Já com a edição genética finalizada, o núcleo de uma célula de lobo-cinzento, onde fica guardado o DNA, foi transferido para o óvulo do qual ele foi retirado. Após essa etapa, o óvulo foi cultivado até se tornar um embrião.
O embrião foi implantado no útero de uma cadela doméstica, que deu à luz aos filhotes em 2024 e 2025. Os dois primeiros filhotes nasceram no dia 1º de outubro de 2024 e foram batizados de Rômulo e Remo. Já o terceiro filhote, Khaleesi, nasceu em janeiro deste ano.
Onde estão os filhotes de lobos-terríveis?
Atualmente, os filhotes vivem em uma reserva privada nos Estados Unidos, cuja localização não foi divulgada por questões de segurança. Ainda não há planos de liberar os animais na natureza e a possibilidade de eles gerarem uma nova geração de lobos também ainda não foi discutida.
Por que a técnica utilizada é polêmica?
Apesar da Colossal Biosciences defender a técnica com o objetivo de utilizar a edição genética para combater a perda de biodiversidade que pode ser causada pelas mudanças climáticas e pela ação humana, a prática ainda levanta questões sobre a viabilidade e os efeitos ambientais que poderia gerar.
Segundo a empresa, a reintrodução de espécies extintas, como o lobo-terrível, poderia ajudar a restaurar o equilíbrio ecológico, visto que esses predadores têm um papel crucial na regulação das populações de outras espécies.
Porém, muitos especialistas argumentam que o lobo-terrível não pode ser considerado uma "ressurreição" real. Isso porque ele foi alterado geneticamente, sendo mais um híbrido do lobo-cinzento do que uma réplica exata da espécie extinta. Além disso, não é certo como esses animais se adaptaram estando em um ambiente moderno, considerando que eles não estariam no ecossistema natural deles.
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