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PREVENÇÃO

Homens também devem ficar atentos ao câncer de mama

População masculina é mais suscetível ao diagnóstico tardio, que reduz as taxas de resposta positiva ao tratamento

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Imagem ilustrativa da notícia Homens também devem ficar atentos ao câncer de mama camera De 2019 a 2022, foram registrados 653 óbitos de homens por câncer de mama no Brasil | Divulgação

No mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, o Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, destaca a importância de se prevenir a doença entre o público masculino.

Apesar de não apresentarem mamas desenvolvidas, pessoas do sexo masculino também possuem tecido mamário e podem ser acometidas por esse tipo de neoplasia maligna. Para cada 100 mulheres diagnosticadas, um homem é acometido pela doença, que tende a ocorrer entre os 50 e 60 anos de idade.

De 2019 a 2022, foram registrados 653 óbitos de homens por câncer de mama no Brasil. No mesmo período, o Pará apresentou 31 casos novos na população masculina, conforme estatísticas do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS).

“A mamografia não é indicada como exame de rotina para esses indivíduos, mas somente quando existe alguma queixa clínica. Recomendamos a prevenção através da adoção de hábitos de vida saudáveis, assim como evitar a obesidade, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool”, orientou a mastologista Camila Loureiro, do HOL, referência em oncologia no estado do Pará. A médica esclarece que o desenvolvimento de câncer de mama em homens cisgêneros é raro e tem como principal causa as mutações dos genes BRCA2, BRCA1, PTEN, P53, CHEK2.

A apresentação mais frequente da doença ocorre como um nódulo mamário, que pode aparecer tanto na região central da mama (atrás do bico) como mais afastado do centro desse órgão. “Também pode aparecer como um líquido que sai pelo bico, mais frequentemente transparente ou com aspecto de sangue; feridas que não cicatrizam nessa região ou linfonodos (ínguas) nas axilas”, alertou a mastologista.

Loureiro também alerta para a ocorrência da doença em homens transgêneros, ou seja, designados como meninas ao nascer, mas que fizeram transição sexual. “Nesses casos, a doença pode estar relacionada aos mesmos fatores de risco da população feminina em geral, como mutação genética, obesidade, uso de hormônios para evitar gestação ou para tratar sintomas de menopausa, por exemplo”, detalhou.

CUIDADOS

As mulheres e os homens transgêneros não mastectomizados, sem sintomas e sem histórico familiar de câncer, devem fazer o exame de mamografia, anualmente, a partir dos 40 anos. E, em casos de sintomas, qualquer pessoa, independente do gênero e idade, deve ser submetida à mamografia.

Um estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) em 2015, com base nos registros hospitalares, apontou que a população masculina costuma ser diagnosticada em estágio avançado. Essa demora leva à adoção de tratamentos mais agressivos e com menores taxas de resposta positiva às terapias. O prognóstico está relacionado ao estágio de desenvolvimento da doença no momento do início do tratamento; quanto mais avançado, menor o índice de cura.

“Em geral, o câncer de mama no sexo masculino é descoberto em estágio mais avançado, seja por desconhecimento do próprio corpo, por desconhecimento de que homens também podem desenvolver esse câncer, por constrangimento, dentre outros fatores”, afirmou a especialista.

O tratamento é realizado de forma individualizada em conformidade com as características do tumor e especificidades do paciente. Pode incluir cirurgia conservadora ou mastectomia (mais frequente em homens), radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo com uso de medicamentos criados para atingir as células tumorais responsáveis pelo desenvolvimento de tumores, hormonioterapia. Nem todos os pacientes se beneficiarão de todos estes tratamentos, por isso, é necessária a análise do caso pela equipe multidisciplinar.

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