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TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

Saiba como resíduos de peixes podem ajudar a conservar frutas

Estudo da UFPA mostra que resíduos da indústria pesqueira podem ser usados para elaborar revestimentos e filmes visando a conservação de alimentos, além da produção de gelatinas de peixe. Conheça mais pesquisa!

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Imagem ilustrativa da notícia Saiba como resíduos de peixes podem ajudar a conservar frutas camera As matérias-primas utilizadas são principalmente as proteínas miofibrilares e a gelatina extraídas do músculo e das peles de peixes. | Reprodução

Apesar de ricos em proteínas, polissacarídeos, lipídeos e compostos bioativos, os resíduos provenientes da indústria da pesca normalmente são descartados.

Mas a partir do desenvolvimento da pesquisa científica é possível encontrar aplicações para o aproveitamento desse material, que não só deixa de ser descartado irregularmente, como também possibilita a criação de novos produtos.

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Essa perspectiva foi o que levou cientistas do Laboratório de Produtos de Origem Animal (LAPOA) da Universidade Federal do Pará (UFPA) a desenvolver pesquisas que pudessem aproveitar os resíduos da indústria da pesca para elaborar revestimentos e filmes visando a conservação de alimentos.

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As matérias-primas utilizadas são principalmente as proteínas miofibrilares e a gelatina extraídas do músculo e das peles de peixes.

“Desde 2012, os pesquisadores do LAPOA/UFPA têm se dedicado à extração de colágeno e gelatina de pele de peixes amazônicos como o tambaqui, dourada, pescada amarela, pescada gó, entre outras espécies”, apresenta a coordenadora do laboratório, Lúcia de Fátima Henriques Lourenço.

“Observou-se que a gelatina extraída desses resíduos possui potencial para produção de embalagens biodegradáveis apresentando boas propriedades mecânicas e tecnológicas”.

A professora destaca que a motivação para o desenvolvimento das embalagens obtidas de forma sustentável, com base nesses biopolímeros, surgiu da crescente preocupação ambiental, aliada à busca por alternativas aos plásticos sintéticos.

Nesse sentido, os resíduos mais utilizados durante a pesquisa são a pele de peixe, escamas e bexiga natatória, de onde é feita a extração de colágeno e produção de gelatina; aparas de filetagem, que são fonte de proteínas miofibrilares; e carapaça de crustáceos como camarão e caranguejo para obtenção de quitina e quitosana.

“Além dos resíduos de origem animal, também são utilizados extratos e compostos bioativos de plantas da Amazônia, que apresentam propriedades antimicrobianas, antioxidantes e aromatizantes, e são incorporados às embalagens biodegradáveis para incrementar sua funcionalidade e prolongar a conservação dos alimentos”.

Entre os produtos mais promissores desenvolvidos a partir desses resíduos, a pesquisadora destaca as embalagens biodegradáveis com propriedades antimicrobianas e antioxidantes aplicadas a alimentos como frutas, pescado, queijos, e que substituem plásticos sintéticos.

Outro produto são as balas de gelatina de peixe com sabor de frutas da Amazônia, para valorização regional e com propriedades funcionais.

Há, ainda, as embalagens inteligentes com indicadores de pH, que fornecem ao consumidor informações sobre alterações químicas, oscilações de temperatura e qualidade do produto; e os revestimentos impregnados com óleos essenciais e nanomateriais, o que amplia o valor tecnológico.

“Esses produtos não só reduzem o impacto ambiental por serem biodegradáveis, como também promovem o reaproveitamento de resíduos, fomentando a economia circular. Os resultados dessas pesquisas já foram publicados em inúmeras revistas com impacto nacional e internacional, assim como foram divulgadas em eventos científicos no Brasil e no exterior”, pontua Lúcia de Fátima Henriques Lourenço.

No caso dos filmes biodegradáveis aplicados a frutas e peixes, a professora explica que eles funcionam como barreiras físicas que controlam a troca gasosa (CO₂ e O₂), reduzindo a oxidação, perda de umidade e proliferação microbiana.

“Quando impregnados com compostos bioativos (como óleos essenciais, óleos vegetais e nanopartículas), esses filmes adquirem propriedades antimicrobianas e antioxidantes, prolongando significativamente a vida útil dos alimentos”, explica.

“Aplicações específicas já foram testadas em frutas como manga, mamão, goiaba e tomates, e em produtos como filés de peixe, queijos e alimentos sous vide, com bons resultados quanto à conservação, manutenção das características sensoriais e extensão do prazo de validade dos produtos embalados”.

Diante dos resultados já obtidos, a coordenadora não tem dúvidas de que o potencial da Amazônia para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis a partir da biodiversidade regional é extraordinário.

“A Amazônia possui uma riqueza biológica única que, quando explorada com responsabilidade científica, pode gerar soluções sustentáveis em diversas áreas - especialmente alimentos, embalagens e até produtos farmacêuticos”, considera.

“As pesquisas desenvolvidas no LAPOA demonstram que resíduos considerados ‘sem valor’ podem ser a base para tecnologias de alto impacto. O desenvolvimento de filmes biodegradáveis, alimentos funcionais e embalagens inteligentes a partir de biomateriais amazônicos mostra que é possível transformar a biodiversidade em tecnologia de ponta, promovendo desenvolvimento econômico regional e contribuindo para a sustentabilidade global”.

Benefícios

A partir das pesquisas realizadas pelo Laboratório de Produtos de Origem Animal (LAPOA) da UFPA, os resíduos de pescado e de agroindústrias locais, anteriormente descartados, são transformados em produtos de alto valor agregado, contribuindo para:

  • A valorização da biodiversidade regional;
  • A redução de desperdício e da poluição ambiental;
  • O desenvolvimento de tecnologias limpas e sustentáveis com potencial de escalabilidade;
  • A geração de renda e oportunidades para populações locais e o setor produtivo;
  • Além das pesquisas incentivarem a formação de recursos humanos qualificados na região Norte, reforçando o papel estratégico da Amazônia na inovação tecnológica sustentável.

Para mais informações acesse também o Diário do Pará.

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