Em 1929, um arqueólogo austríaco chamado Josef Keil descobriu um crânio que acreditou-se pertencer à Arsinoë IV, rainha irmã de Cleópatra. Um pesquisa publicada esta semana na revista Scientific Reports revelou algo muito diferente: a caveira pertencia, na verdade, a um menino.
Recentemente, um novo estudo realizado em um esqueleto descoberto há quase 100 anos na Turquia revelou que ele pode pertencer a uma criança de 11 anos que sofria com condição genética rara.
Em 1929, arqueólogos descobriram um sítio arqueológico na Turquia que ostentava um templo para Ártemis, um esqueleto dentro de um sarcófago de mármore em um edifício chamado Octógono de Éfeso. Sem quaisquer bens funerários ou inscrições, ficou um mistério sobre a quem aquele esqueleto pertencia, mas muitos arqueólogos da época concluíram que era para uma jovem importante.
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Isso levou muitos a pensarem que a ocupante do túmulo poderia ser Arsinoë IV, que pegou em armas para lutar contra sua meia-irmã, Cleópatra, e Júlio César, liderando o Cerco de Alexandria. Isso porque depois que Arsinoë, ela buscou asilo no Templo de Ártemis em Éfeso, até que, quando ela tinha 22 anos, em 41 a.C., Marco Antônio ordenou sua execução.
Porém, um estudo publicado na última sexta-feira, 10, no periódico Scientific Reports, buscava analisar aquele esqueleto a fim de determinar se realmente poderia ter pertencido a Arsinoë. A primeiro momento, a análise de radiocarbono estimulou a data da morte entre 205 a.C. e 36 a.C., o que condiz com a época em que a meia-irmã de Cleópatra foi morta.
No entanto, uma observação sobre o desenvolvimento do esqueleto determinou que aquela pessoa morreu com uma idade entre 11 e 14 anos, bem mais jovem que Arsinoë.
Mas então veio a grande surpresa", escreve em declaração o principal autor do estudo, Gerhard Weber, professor de antropologia evolucionária na Universidade de Viena, na Áustria. "Em testes repetidos, o crânio e o fêmur mostraram claramente a presença de um cromossomo Y — em outras palavras, um macho".
Alguns detalhes no crânio chamaram a atenção dos pesquisadores desde a época da descoberta, alguns dos quais levaram muitos a crer que ele pertencia a uma mulher. Por exemplo, os ossos do esqueleto eram mais finos e frágeis.
Porém, mais recentemente descobriram deformidades que nunca haviam sido notadas. Uma delas apontava que uma das suturas cranianas — áreas do crânio em que os ossos individuais se fundem ao longo da vida — já estava fechada, o que geralmente só acontece a partir dos 65 anos. O fechamento precoce da sutura fez com que aquele crânio ficasse assimétrico.
Mas chamou ainda mais atenção foi o maxilar superior tinha um formato anormal, com pelo menos um dente sem nenhuma evidência de desgaste, o que leva a crer que o maxilar superior e inferior são pequenos.
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Essas características no crânio e na mandíbula foi associada a uma condição genética rara chamada síndrome de Treacher Collins (TCS). Essa condição afeta o desenvolvimento do rosto e da cabeça, causando uma mandíbula pequena, olhos inclinados para baixo e problemas de audição e visão.
Apesar da teoria, a equipe busca realizar uma análise genética para tentar identificar TCS no adolescente, caso encontrem segmentos de DNA sobreviventes o suficiente para estudar. Além disso, agora os pesquisadores também buscam tentar descobrir a identidade do menino, e o motivo de ele ter sido enterrado no Octógono de Éfeso.
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