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PADRÃO DE VIDA

Lula diz querer Brasil como a Suécia

A declaração foi dada durante discurso na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável. Presidente disse que não quer o país como Cuba ou Rússia e citou, além da Suécia, Dinamarca e Alemanha

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Imagem ilustrativa da notícia Lula diz querer Brasil como a Suécia camera O presidente da República participou da reunião do Conselhão, realizada ontem no Itamaraty | ( Divulgação/Ricardo Stuckert)

O presidente Lula (PT) afirmou ontem (27) querer que o Brasil seja um país com o padrão de vida da Suécia, e que não seja parecido com “Rússia” ou “Cuba”.

A declaração foi dada durante discurso na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado Conselhão, no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.

“Vocês acham que eu quero um país igual à Rússia? Vocês acham que eu quero um país igual a Cuba? Não. Eu quero um país com um padrão de vida igual à Suécia, à Dinamarca, à Alemanha. É esse país que eu sonho para a classe trabalhadora brasileira”, afirmou o presidente.

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O Brasil é considerado um aliado de Cuba e mantém boas relações com a Rússia. A população do primeiro enfrenta, no entanto, graves problemas decorrentes do bloqueio econômico. A Rússia, por sua vez, passou a enfrentar altos índices de desigualdade com a derrocada da União Soviética. Já tanto a Suécia como a Dinamarca se destacam pelas taxas de igualdade social.

Antes da fala, Lula disse que era preciso dar mais oportunidades aos mais pobres. Citando o ensino público, afirmou que o país já teve boas escolas e que hoje os mais vulneráveis pagam e os mais ricos estudam em escolas federais.

“Ou seja, o que nós estamos tentando fazer é dar a seguinte oportunidade. Esse país pode se transformar num país de classe média.”

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O petista afirmou ainda trabalhar para que a inflação no país seja baixa, mas que não é possível pensar só “em macroeconomia”, mas em “microeconomia” também.

“Eu rogo, eu peço que eu trabalhe para que a inflação seja baixa. Mas eu também rogo e peço para que a gente possa melhorar a vida do povo mais pobre desse país”, afirmou o presidente.

DÓLAR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que quem apostar na valorização do dólar em relação ao real vai “quebrar a cara”, a exemplo do que já ocorreu em 2008.

Segundo Lula, muito da alta do dólar se deve à forma “cretina” como as informações são apresentadas por alguns veículos midiáticos. Como exemplo, citou, sem dar nome, alguns comentaristas que teriam associado a alta de ontem, da moeda norte-americana, à entrevista concedida por ele ao portal UOL.

“Quando eu terminei a entrevista, a manchete de alguns comentaristas era de que o dólar subiu pela entrevista do Lula. Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar entrevista. Esse mundo perverso, das pessoas colocarem para fora aquilo que querem sem medir a responsabilidade do que vai acontecer, é muito ruim”, disse o presidente.

Na sequência, acrescentou: “pode ter certeza: quem tiver apostando derivativo [que tenham como referência a moeda dos EUA para o mercado futuro] vai perder dinheiro nesse país. As pessoas não podem ficar apostando no fortalecimento do dólar e no fracasso do real. Eu já vi isso em 2008. As pessoas que achavam que era importante ganhar dinheiro apostando no fortalecimento do dólar quebraram a cara. E vão quebrar outra vez”, disse o presidente.

HADDAD

Lula aproveitou o encontro para novamente defender a forma como a economia do país vem sendo conduzida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo o presidente, Haddad tem sofrido muitas injustiças por ter cobrado contrapartida de setores beneficiados por desonerações. “Esse moço [Haddad] sofreu, e eu sei que ele sofreu, com a questão da desoneração dos 17 setores pelo Congresso Nacional. Eu não sou contra desonerações, desde que apresentem contrapartidas para o trabalhador. Pelo menos que transforme isso em estabilidade para os trabalhadores. Não para fazer por fazer”, disse o presidente ao criticar a “ganância por acúmulo de riqueza de alguns” que se recusam a “repartir um pouco do pão produzido nesse país”.

Lula voltou a afirmar que todas suas gestões à frente da Presidência tiveram como princípio a responsabilidade fiscal, e que a situação do Brasil, com relação à dívida pública é muito melhor do que a de diversos países desenvolvidos.

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