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OPINIÃO

O Paysandu e o investimento em jogadores "aposentados"

O time deve levar de lições algumas contratações improdutivas feitas durante a temporada

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Imagem ilustrativa da notícia O Paysandu e o investimento em jogadores "aposentados" camera Pipico foi um dos principais fracassos da campanha do Paysandu no quadrangular final da Série C | Jhon Wesley/Paysandu

Lições para não esquecer

O aproveitamento de jogadores em fim de carreira ou até já aposentados não é uma novidade no caótico futebol profissional do Pará. O Remo já contratou atacante (Finazzi) impossibilitado de jogar por estar se recuperando de cirurgia. O PSC trouxe o veterano e improdutivo Rafael Grampola no ano passado. Prejuízos técnicos e, principalmente, financeiros. Nenhuma lição parece ter sido tirada.

Neste ano, mal a temporada começou, o PSC se concentrou novamente em contratar jogadores em fase descendente. Ricardinho, volante/meia, trazido a peso de ouro, jogou poucas partidas antes de sofrer lesão grave e ficar oito meses inativo. Bileu, outro veterano, também se lesionou e segue em recuperação.

Não satisfeita, a diretoria foi buscar Henan, veterano atacante que marcou apenas um gol e acabou não permanecendo na Curuzu. Curiosamente, foi cedido por empréstimo e teve participação razoável na campanha que levou o ABC à Série B.

Outro nome famoso (pelo passado) chegou em maio com a Série C em andamento: Pipico, 37 anos, goleador que passou por vários times do Nordeste, mas que há quase dois anos já não jogava profissionalmente. Mesmo ciente disso, o clube insistiu e trouxe o jogador.

Resumo da ópera: Pipico teve todas as chances possíveis, chegou a ser escalado como titular nos três primeiros jogos, mas perdeu espaço e passou a ser aproveitado de vez em quando nos minutos finais das partidas.

Foram 554 minutos em campo em 12 jogos disputados, com apenas um gol marcado – contra o Altos (PI) na reta final da fase de classificação da Série C. Diante do fiasco, a diretoria finalmente decidiu fazer as contas do ex-artilheiro, antecipando o fim do contrato, previsto para 15 de outubro.

Pipico não tem nenhuma culpa pela passagem pífia pelo futebol do Pará. Foi contratado com base no que fez no passado – 46 gols em 107 partidas pelo Santa Cruz no auge da carreira. Não houve o menor cuidado em pesquisar o histórico recente do jogador.

Em Natal, antes do jogo ABC x PSC, radialistas informaram que Pipico já havia se aposentado quando estava no Santa Cruz. Se estava, ninguém avisou ao PSC. O investimento infrutífero deveria ser motivo para uma avaliação séria acerca da política de contratações do clube.

Para a disputa da Copa Verde, o PSC já confirmou a permanência de 18 jogadores, além dos que têm contrato até 2023, como Marlon, Danrlei, Patrick Brey e Bileu. Além de Pipico, o PSC dispensou o lateral João Paulo, que não conseguiu se firmar como titular.

Quanto ao vínculo de outros atletas, que terminam a 15 de outubro, caso de Ricardinho, a diretoria ainda vai definir se ficam ou serão liberados. Que os maus exemplos estejam vivos na memória dos que irão definir futuramente chegadas e despedidas na Curuzu.

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Pretensões de Daniel Alves conflitam coma realidade

A possível convocação de Daniel Alves, um ex-jogador em atividade há pelo menos dois anos, deixa Tite visivelmente em saia-justa sempre que o assunto vem à tona. Os títulos nos clubes e o histórico do lateral na Seleção mexem com o lado sentimental do técnico, mas as previsíveis dificuldades da Copa do Mundo aconselham a não insistir com a ideia.

Sob certo ponto de vista, caso Daniel ganhe um assento no voo direto para o Catar em novembro, como tem reivindicado, outros jogadores mereceriam igual oportunidade. Renato Augusto, fisicamente melhor que Daniel, é um deles. Excelente na distribuição de jogo e na finalização, seria uma alternativa para qualquer eventualidade na Copa.

Além dele, o paraense Paulo Henrique Ganso, que vem estraçalhando na meiúca do Fluminense, também teria todo direito de reivindicar uma nova oportunidade.

Leão sub-20 triunfa, mas futuro dos meninos é incerto

O Remo estreou bem na Copa do Brasil Sub-20 passando pelo Capital-TO por 3 a 1 e garantindo presença nas oitavas da competição. O jogo, realizado na quarta-feira, no Baenão, expôs duas situações à espera de mudanças imediatas. Copa do Brasil Sub-20.

A primeira é de ordem fisiológica e diz respeito à integridade dos jovens atletas. Uma partida disputada às 15h sob o sol inclemente de Belém ganha contornos de um ato de desumanidade. Além disso, o desgaste excessivo afeta o desempenho dos times.

Fica sempre a impressão de que os horários determinados pela CBF buscam, indiretamente, economizar nos gastos com energia elétrica e ao mesmo tempo visam testar a resistência física da garotada. Quanto à economia é algo discutível e quanto à saúde dos atletas o critério é inaceitável.

A segunda situação envolve a própria expectativa quanto ao aproveitamento dos jogadores da base. Como ocorre há tempos, o Remo consegue formar bons atletas, apesar das dificuldades.

Em média, as divisões de base fornecem entre seis e dez atletas para aproveitamento no elenco profissional, mas raramente os técnicos utilizam os meninos. Quando isso ocorre, é quase sempre em situações de extrema dificuldade ou em jogos de cumprimento de tabela.

No time atual do Remo, vários jogadores têm se destacado, desde o goleiro Juan, passando pelo zagueiro Jonilson, o volante Henrique e os meias Solano e Pedro Sena (ambos já guindados ao profissional). No ataque, Pepê e Felipinho também são muito elogiados.

Todos devem ganhar ainda mais visibilidade na Copa São Paulo de Juniores, em janeiro próximo, mas é temerário apostar que serão aproveitados pelo novo comandante do time profissional.

Paulo Bonamigo, conhecido por prestigiar a base, ignorou por completo os garotos nesta última passagem pelo clube. Nem Ronald, grande destaque do time, mereceu chances maiores com ele.

Quanto à Copa do Brasil, o próximo desafio azulino vai sair do cruzamento entre Real Ariquemes e Santana. A próxima fase é disputada em jogos de ida e volta.

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