
Após quase 170 anos desaparecido, o navio holandês Koning William de Tweede teve seus destroços identificados por pesquisadores na costa sul da Austrália, próximo à Baía de Guichen.
A embarcação de 800 toneladas naufragou em junho de 1857, pouco depois de desembarcar cerca de 400 imigrantes chineses na cidade de Robe, durante o período da corrida do ouro na era vitoriana.
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Na tragédia, dos 25 tripulantes a bordo, 16 morreram afogados. Seus corpos foram enterrados nas dunas de Long Beach, segundo registros históricos da época.
A investigação foi conduzida por uma equipe do Museu Marítimo Australiano, em parceria com a Fundação Silentworld, o Departamento de Meio Ambiente e Água da Austrália do Sul (DEW) e a Universidade Flinders.
As buscas, iniciadas antes da pandemia de Covid-19, envolveram análise de documentos históricos e o uso de magnetômetros marinhos, que detectam concentrações de ferro sob a areia do leito marinho.
Em 2022, já havia indícios da descoberta após a identificação de partes do molinete (guincho) do navio. No entanto, a confirmação definitiva só veio em março de 2025, com novos mergulhos e análises. “A profundidade e o comprimento da anomalia magnética eram compatíveis com os registros do navio”, afirmou o pesquisador James Hunter à ABC News.
A baixa visibilidade subaquática foi um dos principais desafios da missão. A areia do fundo do mar se agita facilmente, formando uma “tempestade submarina” que dificulta o trabalho dos mergulhadores. Essa característica, segundo os estudiosos, também pode ter contribuído para o encalhe da embarcação.
Para os pesquisadores, a descoberta representa mais do que a localização de um naufrágio. Segundo Mark Polzer, porta-voz do DEW, o navio é um símbolo importante da migração chinesa à Austrália, em um período marcado por restrições e impostos aos imigrantes.
Muitos dos que chegaram a Robe caminharam até os campos de ouro de Victoria para evitar cobranças impostas a quem desembarcasse diretamente em Melbourne.
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A expectativa é que, com futuras explorações, mais artefatos sejam recuperados e ajudem a reconstituir aspectos da vida a bordo do navio e das comunidades envolvidas nessa jornada histórica.
Veja as imagens:
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