Será que os insetos sentem dor? É uma dúvida que acompanha muita gente desde a infância. Quem nunca se fez essa pergunta quando uma barata ou qualquer outro inseto perde uma perninha?
Cientistas da Universidade de Sydney fizeram uma descoberta interessantíssima fazendo um experimento com mosquinhas da fruta. As informações são do Grupo de Estudo de Artrópodes da Amazônia (GEAA), formado por alunos de pós-graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Museu Goeldi.
CURIOSIDADE
Os insetos são capazes de detectar e responder a estímulos externos nocivos graças à nocicepção, que consegue advertê-los sobre mudanças hostis no ambiente. Porém, a nocicepção é apenas um indício de que eles podem sentir dor, mas não comprova nada, pois eles não possuem os receptores de dor que nos humanos existem aos montes.
Eles também podem produzir substâncias químicas que nos seres humanos atuam como analgésicos naturais. Isso provavelmente deve ter a mesma função nos insetos.
EXPERIMENTO
Pesquisadores da Universidade de Sidney fizeram um estudo, em 2019, onde encontraram evidências de que os insetos são capazes de sentir uma dor crônica após uma lesão.
No experimento, os cientistas amputaram uma das pernas de uma mosca da fruta (Drosophillidae) e causaram a chamada “dor nervosa”. Em seres humanos, esse tipo de dor é crônica e difícil de tratar.
Então, eles deixaram que as moscas que tiveram a perna amputada se recuperassem naturalmente.
Em seguida, os pesquisadores testaram a resposta das moscas aos estímulos externos, no caso, à alta temperatura de uma sala.
Foi aí que eles perceberam que as moscas estavam hipersensíveis, pois elas tentavam escapar da sala com mais frequência, após perder uma perna e a uma temperatura mais baixa que antes da lesão.
O estudo também encontrou evidências de algo chamado “sensibilização central da dor” no sistema nervoso das mosquinhas. Nos seres humanos, esse fenômeno causa estímulos não dolorosos, mas, caso se repitam, podem ocasionar dor.
TEM MAIS CURIOSIDADE!
Os cientistas têm estudado a dor humana através de animais e as moscas da fruta não são as únicas criaturas usadas em experimentos. Espécies de ratos-toupeira são, aparentemente, imunes a sensações de queimadura graças a substâncias como a capsaicina e ao ácido clorídrico.
Esses estudos permitem que os pesquisadores desenvolvam drogas que ajudem os seres humanos a imitar a estratégia de resistência à dor presente nesses animais.
CONHEÇA O GEAA
Saiba mais sobre o trabalho do Grupo de Estudo de Artrópodes da Amazônia:
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