
O consumo de bebidas adulteradas deixou de ser apenas um problema de saúde pública para se tornar também uma ameaça direta à credibilidade de bares, restaurantes e outros estabelecimentos do setor de alimentação. A combinação de riscos à saúde e prejuízos à imagem das empresas fez o tema ganhar ainda mais destaque nos últimos meses, especialmente após novas ocorrências em grandes capitais brasileiras.
Em São Paulo, a Secretaria de Saúde confirmou recentemente nove casos de intoxicação por consumo de bebidas falsificadas. Paralelamente, operações de fiscalização apreenderam mais de 100 garrafas sem procedência em bares da capital paulista. De acordo com estimativas do setor, até 36% do mercado de destilados no Brasil pode estar contaminado por falsificações, um número alarmante que evidencia o tamanho do desafio.
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Para Rafael Fraga, Chef e Supervisor de Gastronomia da Prática, empresa referência em soluções para o mercado de foodservice, a questão exige máxima atenção. “O gestor precisa entender que segurança alimentar não é detalhe, é pilar do negócio. Uma garrafa adulterada pode comprometer a saúde do cliente e destruir anos de reputação em um dia. Mesmo uma bebida aparentemente sofisticada pode estar adulterada se vier de canais informais”, alerta.
Entre as medidas mais eficazes, Fraga recomenda práticas de prevenção que envolvem toda a cadeia de operação: desde a escolha rigorosa dos fornecedores até a transparência na hora de servir a bebida ao cliente. Segundo ele, ações simples, como verificar embalagens, exigir nota fiscal e treinar a equipe para identificar suspeitas, reduzem drasticamente os riscos.
O especialista também elaborou um conjunto de dez recomendações para gestores do setor: desconfiar de preços muito abaixo do mercado; comprar apenas de distribuidores reconhecidos; checar selos fiscais e registros no Ministério da Agricultura; observar cor, odor e transparência do líquido; e sempre servir à vista do cliente, diretamente da garrafa original.
Além da segurança do consumidor, a adoção de boas práticas fortalece a credibilidade do negócio. “A prevenção é simples: verificar, treinar e ser transparente. Isso protege o consumidor e fortalece a marca”, reforça Fraga.
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Com um mercado cada vez mais competitivo, a confiança do público se torna ativo fundamental para bares, restaurantes e cafeterias. Evitar a circulação de bebidas falsificadas, além de um dever legal, é também uma estratégia para preservar clientes e consolidar reputações a longo prazo.
Veja 10 dicas:
- Desconfie de preços muito baixos – valores até 60% menores que a média do mercado são sinal de alerta.
- Compre de fornecedores confiáveis – dê preferência a distribuidores e atacadistas reconhecidos.
- Exija nota fiscal – documento essencial para garantir rastreabilidade e comprovar a legalidade da compra.
- Cheque embalagem e rótulo – erros de ortografia, informações faltantes ou lacres violados são indícios de fraude.
- Verifique o selo fiscal (IPI) – obrigatório em destilados, deve estar intacto no gargalo da garrafa.
- Analise o líquido – cor, cheiro e transparência devem ser uniformes; odores químicos ou partículas estranhas indicam adulteração.
- Confira o registro no MAPA – o número deve estar no rótulo e pode ser consultado online.
- Treine a equipe – garçons e bartenders precisam checar lacres e nunca servir doses de recipientes sem rótulo.
- Armazene corretamente – bebidas devem ser mantidas em temperatura adequada e vinhos protegidos da luz excessiva.
- Seja transparente com o cliente – sirva sempre da garrafa original, diante do consumidor, reforçando credibilidade.
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