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JULGAMENTO DE BOLSONARO

PGR afirma que tentativa de golpe não precisa de assinatura

No julgamento de Bolsonaro, PGR afirma que tentativa de golpe não exige assinatura formal, destacando atos preparatórios como suficientes para caracterizar o crime.

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Imagem ilustrativa da notícia PGR afirma que tentativa de golpe não precisa de assinatura camera Procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante sustentação. | Reprodução/TV Justiça

No primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou uma sustentação firme ao afirmar que a tentativa de golpe de Estado não exige, para ser configurada, uma ordem formal assinada.

Segundo o chefe do Ministério Público Federal, os atos preparatórios e as articulações golpistas — como reuniões com teor conspiratório e convocações às Forças Armadas — já bastam para caracterizar o crime.

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“Para que a tentativa se consolide, não é indispensável que haja ordem assinada pelo presidente da República”, afirmou Gonet. “A tentativa se revela na prática de atos e de ações dedicadas ao propósito da ruptura das regras constitucionais sobre o exercício do poder, um apelo ao emprego da força bruta, real ou ameaçada.”

O procurador apontou como decisivo o momento em que Bolsonaro, acompanhado do então ministro da Defesa, reuniu-se com os comandantes das Forças Armadas para discutir medidas que visavam impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito democraticamente. Para Gonet, esse tipo de mobilização configura a execução de fases finais de um golpe, e não meros debates políticos ou divergências administrativas.

“Quando o presidente da República e o ministro da Defesa se reúnem com os comandantes militares sob sua direção política e hierárquica para concitá-los a executar fases finais do golpe, o golpe ele mesmo já está em curso de realização”, afirmou. Ele também mencionou a atuação do então candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, general Braga Netto, como peça central de uma campanha voltada a desmoralizar comandantes militares que se mostraram contrários à ação golpista.

Gonet defendeu que o julgamento em curso representa um marco na defesa da democracia brasileira. Segundo ele, não há como uma ordem constitucional resistir à força bruta quando esta se impõe com violência ou grave ameaça. Mas, quando a intentona fracassa, como no caso investigado, o Estado democrático tem o dever — e os meios legais — de se proteger por meio do Código Penal.

“É chegada a hora do julgamento pela mais alta Corte do país, em que a democracia no Brasil assume a sua defesa ativa contra a tentativa de golpe apoiado em violência ameaçada e praticada”, declarou.

O procurador destacou que o artigo 359-L do Código Penal prevê punição para quem tentar, com violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito ou impedir o funcionamento dos poderes constitucionais. Já o artigo 359-M tipifica a tentativa de depor, pelos mesmos meios, um governo legitimamente constituído.

Para Gonet, não houve dúvida de que Bolsonaro e seus aliados atuaram de forma coordenada com o objetivo de interromper a transição legítima de poder. “A defesa da ordem democrática acha espaço no direito democrático para se reafirmar, avantajar e dignificar quando o ataque iniciado contra ela não se consuma”, concluiu.

A fala do PGR sustenta a tese de que a tentativa de golpe não é uma hipótese abstrata, mas um movimento concreto, já iniciado, que apenas não foi consumado. O STF deve seguir nos próximos dias com os votos dos ministros da Primeira Turma, que decidirão sobre o recebimento da denúncia e a continuidade do processo contra Bolsonaro e outros sete réus.

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