A política comercial dos Estados Unidos adotada pelo presidente Donald Trump, tem sido marcada por medidas protecionistas. Apesar de o Brasil ainda não ter sido um alvo direto dessas tarifas, especialistas apontam que essa possibilidade se torna cada vez mais plausível.
Desde sua primeira gestão, Trump tem adotado uma postura firme contra o que considera práticas comerciais desleais de diversos países. Em sua visão, tarifas são uma ferramenta para corrigir déficits comerciais e proteger indústrias nacionais.
Conteúdo Relacionado
- Lene sensitiva prevê tragédia para Donald Trump
- Donald Trump pode diminuir influência dos EUA no mundo
Países como China, México e Canadá já enfrentaram medidas desse tipo, e o Brasil pode estar a caminho de se juntar a essa lista, embora atualmente a balança comercial entre os dois países seja relativamente equilibrada.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,33 bilhões e importou US$ 40,58 bilhões dos Estados Unidos, gerando um pequeno superávit para os americanos. No entanto, o discurso de Trump inclui o Brasil como um dos países que impõem barreiras comerciais injustas, justificando, assim, possíveis retaliações tarifárias.
Apesar do histórico protecionista, o Brasil tem escapado de tarifas mais agressivas por algumas razões:
- Baixa contribuição para o déficit comercial dos EUA – O Brasil não representa uma ameaça significativa para os números globais da balança comercial americana.
- Ausência de acordo de livre comércio – Diferente do México e do Canadá, o Brasil não tem um tratado formal com os EUA, reduzindo a urgência de revisões tarifárias.
- Fator político – A relação diplomática entre os dois países tem se mantido estável, sem grandes atritos públicos.
Porém, fatores como a participação brasileira no BRICS e a crescente relação comercial com a China podem despertar novas preocupações em Washington. Trump já declarou que qualquer país que desafie a supremacia do dólar pode enfrentar tarifas de 100%, o que coloca o Brasil em uma posição vulnerável.
Caso os EUA decidam impor tarifas ao Brasil, alguns setores poderão sofrer impactos severos:
- Siderurgia – O aço e o alumínio brasileiros já enfrentaram tarifas de 25% e 10%, respectivamente, no governo Trump. Um novo aumento poderia prejudicar a competitividade do setor.
- Agronegócio – Produtos como carne bovina e soja, grandes itens da pauta de exportação para os EUA, podem enfrentar novas barreiras.
- Aeronaves – A Embraer, que tem grande participação no mercado americano de aviação regional, pode ser impactada por possíveis restrições.
Uma possibilidade é que tarifas sejam usadas como moeda de troca, como ocorreu no caso do México e Canadá, que negociaram concessões para evitar medidas punitivas. Se os EUA impuserem sanções ao Brasil, o governo Lula já sinalizou que responderia com medidas de reciprocidade, o que poderia aumentar as tensões entre os dois países.
Quer saber mais sobre política? Acesse o nosso canal no WhatsApp
Embora o Brasil não seja, por ora, um alvo prioritário das tarifas americanas, o risco de retaliação comercial é real. A aproximação com a China, políticas de importação e a dependência de commodities podem atrair a atenção de Washington.
Diante desse cenário, o Brasil precisa preparar estratégias para negociar e mitigar possíveis impactos econômicos, garantindo que sua relação comercial com os EUA não sofra danos irreversíveis.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar