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Avenida Liberdade terá edital para obras no mês de março

A via será uma das mais importantes no fluxo de entrada e saída da capital e está em fase final na elaboração do licenciamento ambiental e orçamento, com redução dos danos ao meio ambiente

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Imagem ilustrativa da notícia Avenida Liberdade terá edital para obras no mês de março camera A avenida deve ter um trânsito de 23 mil veículos por dia, sendo uma via expressa que sai da Perimetral e segue, sem interrupções, até a Alça Viária | ( Divulgação )

A Avenida Liberdade é uma das principais apostas do Governo do Estado para acabar com os longos congestionamentos na Região Metropolitana de Belém, ajudando no fluxo de veículos na entrada e saída da capital. O projeto de via expressa, que está na fase final de licenciamento ambiental, elaboração técnica e orçamentação, tem previsão de lançamento do edital no final do mês em março e será de fundamental importância para a realização da COP 30, maior evento climático do planeta, que ocorre em Belém em novembro de 2025. A expectativa é que as obras iniciem ainda neste primeiro semestre, nesse trecho da capital paraense que atrai a média de 100 mil veículos por dia.

O novo corredor viário será expresso, terá ciclovia, e deve beneficiar diretamente cerca de 2,2 milhões de pessoas. A expectativa é que mais de 23 mil veículos transitem pela nova via, que vai interligar a Avenida Perimetral, em Belém, até a Rodovia Alça-Viária (PA-483), em Marituba, sem interrupções.

“A Setran está comprometida em seguir todos os trâmites legais necessários para avaliar de forma abrangente os impactos ambientais do projeto. A obtenção do licenciamento é uma prioridade, e todas as etapas serão rigorosamente seguidas para garantir a conformidade com as normas ambientais”, garante o titular da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), Adler Silveira.

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O secretário afirma que o Estado busca manter um diálogo constante ao longo de todas as fases do projeto. “Sobre a área de preservação ambiental, de propriedade da União, todas as instituições afetadas pelo projeto já deram anuência para a construção da rodovia. A Setran está aberta a ouvir e considerar as preocupações levantadas, buscando soluções conjuntas que promovam o desenvolvimento sustentável e atendam às necessidades locais”, pontua.

A nova avenida será uma alternativa para entrada e saída da RMB, reduzindo o tempo gasto nesse trajeto e, sobretudo, respeitando o meio ambiente. Com 13,4 km de extensão, a obra será executada pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Transportes (Setran).

A avenida vai garantir que o tempo de deslocamento entre o centro da capital paraense e os demais municípios próximos reduza consideravelmente, garantindo mais qualidade de vida e mobilidade urbana aos usuários. Estudos apontam que o acesso contribuirá para a redução de aproximadamente 30% no número anual de acidentes na BR-316, hoje a principal via de acesso à capital paraense.

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Todo o traçado da avenida vai passar pela APA Belém, uma das 27 Unidades de Conservação (UCs) administradas pelo Ideflor-Bio. Por ser uma reserva de Uso Sustentável, esse tipo de intervenção é permitida, desde que garanta o manejo dos recursos naturais de forma equilibrada.

O projeto inicial previa uma avenida com 75 metros de largura e 101,202 hectares de vegetação suprimida. Após a realização de novos estudos, a equipe técnica da Setran constatou a possibilidade de reduzir o tamanho da via para 24 metros de largura e diminuir a supressão vegetal para 68,00 há, priorizando o respeito ao meio ambiente, uma das prioridades da obra.

Um dos compromissos previstos é que, a cada árvore retirada, outras três sejam plantadas. Uma das vantagens identificadas pela equipe que projeta a via é que alguns pontos já possuem a vegetação suprimida, devido às torres de transmissão de energia que abastecem a RMB. A obra vai aproveitar esses espaços para fazer a mínima intervenção possível na flora atual.

Deslocamento será reduzido em 40 minutos pela via

Uma audiência pública foi realizada em Dezembro, sendo apresentados os detalhes da obra
📷 Uma audiência pública foi realizada em Dezembro, sendo apresentados os detalhes da obra |( Divulgação )

O Governo do Estado, por meio das Secretarias Estaduais de Transportes (Setran) e de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), promoveram, em dezembro passado, a audiência pública do projeto de construção da Avenida Liberdade. Foi a última etapa para o licenciamento e início das obras. O evento contou com a participação de representantes da sociedade civil no auditório da Universidade da Amazônia (Unama), em Ananindeua.

Participaram do evento representantes do Ministério Público do Estado, Tribunal de Contas do Estado (TCE), Procuradoria Geral do Estado (PGE), Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), Prefeitura de Ananindeua e do quilombo do Abacatal, cujo traçado da rodovia estará próximo da vicinal de acesso à comunidade.

O titular da Setran, Adler Silveira, fez a apresentação do projeto da rodovia, detalhando os projetos executivo e ambiental. Segundo ele, a avenida terá 13,40 quilômetros de extensão, com três faixas em cada sentido, sendo cada faixa com largura de 3,60 metros e acostamentos com largura de 2,50 metros para cada lado, com faixas exclusivas para motociclistas e ciclistas, totalizando 28, 5 metros de largura.

Rodolpho Zahluth Bastos, secretário-adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, ressalta que o projeto da Avenida é de uma via expressa, ou seja, uma via cercada e reservada que não induz ocupações às margens da via. “Em janeiro iniciamos planos de consultas junto às comunidades envolvidas, de forma que a avaliação de impacto social esteja assegurada no processo de avaliação global do projeto, a ser feita pelo órgão ambiental”, explicou

A avenida terá novo traçado, reduzindo em quase 30% a supressão vegetal que seria necessária com o traçado original. A via sairá da avenida Perimetral, próximo ao linhão da Eletronorte, passando por áreas da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) - onde terá um muro para amenizar o ruído de trânsito - da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Ideflor-Bio, seguindo até a Alça Viária, na altura do aterro sanitário de Marituba.

De acordo com a Setran a avenida, na prática, será um corredor viário com velocidade máxima de 100 quilômetros por hora. Ela terá três viadutos nas áreas da Ufra, das Centrais de Abastecimento do Estado do Pará (Ceasa), Cosanpa e uma ponte sobre o Igarapé Aurá. “A construção de uma via expressa que possibilite um fluxo contínuo e rápido de veículos, com maior segurança deve reduzir a taxa de acidentes de trânsito que ocorrem na avenida Almirante Barroso/BR 316, onde circulam mais de 23 mil veículos por dia, destaca Adler.

O tempo de deslocamento, que hoje é de cerca de 52 minutos, entre a BR-316 até a Alça Viária, será reduzido para 12 minutos pela Avenida Liberdade, assim como a emissão de gás carbônico (CO²) terá uma redução de 17.7 toneladas por ano, equivalendo a uma floresta equivalente a 45 estádios do Mangueirão em área verde não afetada”, afirmou o titular da Setran.

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