Em situações extremas, o ser humano pode ser imprevisível. As pessoas podem estocar alimentos e esvaziar as prateleiras de papel higiênico de um supermercado em tempo recorde, como ocorreu no auge da pandemia da Covid-19, ou liberar toda a sua solidariedade e colocar-se à disposição daqueles que mais precisam, simplesmente pela satisfação de ser útil ao próximo.
E é precisamente isso que tem acontecido nos últimos meses em Belém: grupos de cidadãos e empresários se organizam para ajudar os mais vulneráveis, distribuindo gratuitamente refeições prontas ou cestas de alimentos.
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Entre essas iniciativas criadas para fazer frente à crescente onda de insegurança alimentar e combater a fome que vem afetando milhares de pessoas na Grande Belém, a ação solidária Grupo Corrente do Bem distribui comida gratuita aos moradores em situação de rua desde 2014, sempre nas noites de quarta-feira, em diversos pontos da cidade.
“O Corrente do Bem surgiu da iniciativa de alguns amigos, que temos por lema fazer unicamente o bem. Não somos ligados a nenhum partido político, religião, nada. A ideia que nos move, além de distribuir comida pelas ruas de Belém, é também distribuir amor e carinho para essas pessoas que dizemos serem invisíveis à sociedade”, declarou o advogado Diego Dourado, de 35 anos.
Segundo Diego, um dos membros fundadores do Corrente do Bem, o grupo se reúne todas as quartas-feiras em um posto de combustíveis localizado na esquina da Rua Domingos Marreiros com a Travessa 9 de Janeiro, no bairro do Umarizal, cujo proprietário também participa das doações. De lá, os carros saem em caravana para conhecidos pontos de concentração da população em situação de rua da capital.
“Normalmente, as nossas entregas começam às 19h30 e vão até mais ou menos as 21h30. O primeiro ponto de entrega é ali em São Brás, em frente ao prédio da Previdência, depois a gente segue para os Correios, na Presidente Vargas, e em seguida nas Lojas Americanas, também na Presidente Vargas. Também passamos pelo antigo prédio da Receita, que pegou fogo, ”, detalhou.
O jovem advogado revelou ainda que a pandemia provocou uma mudança na forma como o grupo produz e recolhe as refeições doadas por seus participantes e parceiros.
“Antes da pandemia, nós tínhamos uma única cozinha que concentrava a produção das quentinhas, mas com o risco da aglomeração nós acabamos terceirizando. Agora, algumas pessoas preparam as marmitas em suas casas e a gente passa nesses locais para buscar. Depois reunimos tudo no carro, fazemos a coleta da água e aí partimos para fazer o trabalho”, explicou.
Caridade cristã
E a colaboração também ocorre entre diferentes iniciativas voltadas à caridade, que são organizados por grupos religiosos das mais variadas orientações. É o caso da Comunidade Católica Filhos do Pentecostes, localizada na Travessa Angustura, entre as avenidas Almirante Barroso e João Paulo II, no bairro do Marco.
"Nossa comunidade, que é vinculada à Arquidiocese de Belém, faz diversas ações sociais, de evangelização e de atendimento psicoespiritual. Entre elas, também realizamos a doação de refeições para os nossos irmão que estão em situação de vulnerabilidade nas ruas da cidade", esclareceu Ubiratan Amaral, o irmão Bira, fundador da Comunidade.
"Nós recebemos as doações de alimentos ao longo da semana dos nossos bem-feitores e parceiros, e no sábado as irmãs e os irmãos da comunidade vêm para a nossa sede e preparam as refeições. Tudo é muito bem acondicionado nas quentinhas e, no final da tarde e início da noite, nós colocamos tudo nos carros e partimos para fazer as entregas, naqueles pontos onde sabemos que a população de rua se concentra", esclareceu.
O irmão Bira comentou ainda que algumas pessoas também entregam as refeções já prontas, na sede da Comunidade. "Estamos sempre abertos a receber donativos, seja na forma de alimentos, refeições prontas ou mesmo de recursos via Pix. O nosso número para receber essa doações, aliás, é o 9198961-7300, que também é o contato oficial da nossa comunidade", frizou.
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