
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que a fome em Gaza representa uma "crise provocada pelo homem" e pediu que Israel suspenda as restrições à entrega de ajuda humanitária. Na quarta-feira, 27 de agosto, todos os membros do Conselho de Segurança da ONU, exceto os Estados Unidos, manifestaram essa posição durante uma reunião em Nova York. Eles solicitaram um cessar-fogo imediato, a libertação de reféns mantidos pelo Hamas e um aumento significativo na ajuda humanitária destinada à região.
Os 14 países que apoiaram a declaração conjunta enfatizaram a necessidade de Israel suspender todas as restrições à entrega de ajuda humanitária. Além disso, eles alertaram que o uso da fome como arma de guerra é proibido pelo direito internacional humanitário. O Conselho de Segurança da ONU inclui cinco membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos, além de dez membros eleitos que representam diferentes regiões do mundo.
ONU declara fome extrema em gaza
Ramiz Alakbarov, coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, destacou que a situação em Gaza se deteriora a níveis sem precedentes na história recente. Ele condenou a ofensiva israelense em andamento, afirmando que a população de Gaza enfrenta uma escalada mortal. Alakbarov expressou preocupação com as consequências catastróficas da expansão das operações militares, que podem resultar no deslocamento de centenas de milhares de pessoas.
No dia 18 de agosto, o Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito e pelo Catar. No entanto, Israel ainda não respondeu e continua seus ataques na Faixa de Gaza. O porta-voz do Exército de Israel, Avichay Adraee, afirmou que a evacuação da Cidade de Gaza é "inevitável" e que as famílias que se deslocarem para o sul receberão assistência humanitária. O Exército de Defesa de Israel começou a preparar áreas para a distribuição de ajuda, incluindo a instalação de tendas e redes de água.
Consequências do deslocamento forçado
A ONU alertou que o deslocamento forçado em massa de palestinos pode ser considerado um crime de guerra. Embora milhares de palestinos já tenham fugido da Cidade de Gaza, muitos líderes religiosos afirmaram que permanecerão, pois deixar a região pode ser "nada menos que uma sentença de morte". Na madrugada de quarta-feira, tanques israelenses avançaram para o bairro Ebad-Alrahman, resultando em bombardeios que feriram moradores e forçaram a evacuação.
O governo israelense, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, busca controlar a Cidade de Gaza como parte de sua estratégia contra o Hamas. O Exército israelense já iniciou os "primeiros estágios" da tomada da cidade, conforme declarado na semana passada. A Cidade de Gaza abriga mais de um milhão de palestinos, muitos dos quais são deslocados devido ao conflito.
Reações internacionais e apelos por cessar-fogo
Nos últimos dias, diversos países e líderes religiosos, incluindo o papa Leão XIV, pediram a Israel que cesse as hostilidades e aceite a proposta de cessar-fogo. Netanyahu, no entanto, reafirmou sua intenção de tomar a Faixa de Gaza, buscando a libertação de todos os reféns em poder do Hamas. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, prometeu destruir a Cidade de Gaza caso o Hamas não aceite as condições de paz propostas por Israel.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planejou uma reunião com membros de seu governo para discutir um "plano abrangente" para o pós-guerra em Gaza. O enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, afirmou que os EUA esperam que o conflito termine até o final do ano. A situação em Gaza continua a ser uma preocupação global, com implicações significativas para a estabilidade da região e para as relações internacionais.
Impactos regionais e globais
A crise em Gaza não afeta apenas a população local, mas também tem repercussões em toda a região do Oriente Médio. O aumento da fome e do deslocamento forçado pode intensificar a instabilidade em países vizinhos e gerar um fluxo de refugiados. Além disso, a situação pode complicar as relações diplomáticas entre os países ocidentais e os estados árabes, que frequentemente expressam solidariedade ao povo palestino.
Estatísticas recentes indicam que a população de Gaza enfrenta uma grave crise humanitária, com mais de 2 milhões de habitantes vivendo em condições precárias. O PIB da Palestina, que inclui a Faixa de Gaza, apresenta um crescimento limitado, e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região é significativamente inferior ao de muitos países vizinhos. A comunidade internacional deve considerar essas questões ao abordar a crise e buscar soluções duradouras.
Fonte: G1
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