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CARREIRA

Cursos técnicos abrem portas para a vida profissional

Pesquisas indicam que formação técnica garante boas oportunidades para conseguir uma vaga de trabalho, além de indicar caminhos para se seguir no futuro. Conheça exemplos e saiba como se destacar nesse mercado

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Os jovens que optam pela realização de algum curso técnico têm uma boa oportunidade de conquistar uma vaga no mercado de trabalho. Uma pesquisa encomendada pelo Itaú Educação e Trabalho, em parceria com a Fundação Roberto Marinho e Fundação Arymax, aponta que o jovem que tem curso técnico no currículo potencializa as chances de ser contratado por alguma empresa, além de ter grandes chances de sucesso na carreira.

Eliel, Ladielma, Yngrid e Paulo
📷 Eliel, Ladielma, Yngrid e Paulo |Antônio Melo/Diário do Pará

Intitulada “Inclusão produtiva de jovens com Ensino Médio e Técnico: experiências de quem contrata”, a pesquisa entrevistou cerca de 800 empresas e gestores de RH de todo o Brasil para buscar entender como o setor produtivo vê a contratação de jovens que têm algum curso técnico no currículo. Dentre as conclusões apresentadas pelo estudo está a de que a educação profissional e tecnológica garante maiores oportunidades de crescimento na carreira, em comparação aos jovens que concluíram apenas o ensino médio regular. Das empresas entrevistadas, 60% apontaram que a ocorrência de um curso técnico é considerada um diferencial de contratação durante a seleção de jovens profissionais.

Na outra ponta do processo, a boa impressão deixada pelos cursos técnicos no mercado de trabalho também é compartilhada pelos estudantes que optaram por esse caminho de formação. Cursando o terceiro ano do curso de Design de Interiores no Instituto Federal do Pará (IFPA), a estudante Yngrid Mariana Cunha Vasconcelos, 17 anos, lembra que optou pela formação do ensino médio agregado à formação técnica assim que tomou conhecimento dessa possibilidade. “Eu estava no 9º ano e quando faltava uma semana para acabar o período de inscrição para o IFPA, eu me inscrevi e consegui passar”, recorda, ao contar que ficou sabendo da oferta de cursos através de conhecidos. “Eu soube de repente e decidi me inscrever porque o curso técnico ajuda a gente no mercado de trabalho”.

Yngrid conta que sempre teve afinidade com atividades lúdicas e ligadas às artes, habilidade que foi considerada quando ela escolheu o curso para o qual iria se inscrever. A identificação com o curso de design de interiores foi tanta, que ela já planeja seguir a mesma área no ensino superior. “Eu gostei muito do curso, me identifiquei. Acho que não teria outro curso que eu teria vontade de fazer”, considera. “Quando eu concluir o curso técnico, pretendo cursar arquitetura e urbanismo na USP (Universidade de São Paulo), vou seguir a mesma linha. O curso técnico abriu a minha mente”.

Um leque de oportunidades também foi apresentado à estudante Ladielma Carina Santos, 17 anos, quando ela entrou no curso de Informática, também no IFPA. Cursando o terceiro ano do curso técnico integrado ao ensino médio, ela aponta que também teve uma boa identificação com o curso desde o início. “O curso é muito bom, tanto que eu vou continuar nessa área na graduação. Quero fazer ciência da computação e acredito que vai ser muito bom chegar no ensino superior já com o curso técnico porque, normalmente, os cursos dessa área já pedem um conhecimento prévio e isso o curso técnico te dá”, considera, ao contar que, após a graduação, pretende atuar como programadora. “É uma área muito boa, que tem muito emprego e que exige um profissional qualificado”.

No caso do estudante do 3º ano do curso técnico em eventos no IFPA, Eliel Sousa da Costa, 18 anos, a possibilidade de cursar o ensino técnico foi a chance que ele encontrou de aliar um gosto pessoal, à formação no ensino médio. “Eu sempre fui aquela pessoa que gostava de se comunicar e isso me incentivou a fazer o curso de técnico em eventos. Eu acredito que a formação técnica agrega muito na nossa vida profissional”, considera. “Quando eu entrei no curso pensei que era algo mais simples, mas depois eu vi que tem muita teoria, a gente aprende também como coordenar uma empresa de eventos, então, estou gostando muito”.

Já no caso do Paulo Melo, 34 anos, a busca pelo curso se deu quando ele já havia concluído o ensino médio. Diante de uma necessidade demandada pelo próprio mercado de trabalho, ele optou pela formação técnica como forma de se qualificar para atuar na sua agência de viagens, a ‘Bora Ali Viagens’. “Eu fiz o movimento inverso. Como eu tenho uma empresa de turismo e senti a necessidade de ter uma habilitação para atuar na área, resolvi fazer o curso técnico nesse período da pandemia em que tudo ficou mais parado”, explicou ele, que faz o curso subsequente em guia de turismo no IFPA. “Eu sabia que com o curso técnico eu ficaria mais preparado para os desafios que já tinha encontrado no mercado de trabalho”.

Em outra área de atuação, a qualificação também foi o foco do estudante do curso técnico de mecânica no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Walase Penha, 26 anos. Ele conta que desde a infância já tinha o hábito de desmontar brinquedos e usar a imaginação para criar novos. Ele acredita que a afinidade com a área de mecânica e manutenção vem desde aí. “Após eu concluir o nível médio, decidi ingressar no nível superior, mas como eu trabalhava em indústria e tinha bastante contato com a área, eu decidi colocar em prática, visando que isso poderia me dar um retorno bastante promissor”, conta. “Mas o que realmente me motivou a fazer o curso técnico de mecânica foi a necessidade de aprimorar meus conhecimentos na área industrial e a necessidade de mão de obra qualificada do mercado de trabalho”.

Wallase Penha
📷 Wallase Penha |( Reprodução )

Walase explica que, após concluir o ensino médio, começou a cursar o nível superior em administração, porém, com o tempo, decidiu que antes da graduação precisava se especializar em uma área com a qual ele tivesse realmente afinidade. Foi quando ele procurou o Senai para fazer o curso técnico. “Meus planos para o futuro são bem simples e gananciosos. Juntando o nível técnico com o superior em administração, posso conseguir alcançar meus objetivos que é criar minha própria empresa de assistência técnica especializada em manutenção”, planeja. “E, também, o curso técnico me deu uma outra visão, me fez desenvolver novas habilidades e curiosidades que me fizeram entender que eu preciso, no futuro, ingressar em engenharia mecânica e, com isso, acabou abrindo um leque de oportunidades, acredito que não apenas para mim, mas também para todos os jovens que procuram esse tipo de formação”.

Qualificação garante atualização na profissão

A qualificação por meio dos cursos técnicos também é o caminho encontrado por profissionais que já atuam no mercado e sentem a necessidade de aperfeiçoar os conhecimentos já adquiridos. Atuando profissionalmente na área há mais de 20 anos, Augusto Vinicios Pinto Pinheiro, 43 anos, decidiu fazer o curso técnico em eletromecânica no Senai. “Senti a necessidade de continuar minha capacitação profissional, pois é notório que novas tecnologias cada dia que passa estão mais e mais presentes em todos os ramos de atuação profissional”, considera. “Sabemos como o mercado de trabalho é exigente na seleção de mão de obra especializada e o grupo que estou trabalhando sempre incentivou o treinamento e o desenvolvimento técnico, porém há a necessidade de uma formação técnica formal que prepare o profissional mais adequadamente para o mercado”.

Augusto Pinheiro
📷 Augusto Pinheiro |( Reprodução )

Diante da experiência já adquirida, Augusto Vinicios não tem dúvidas de que a busca constante por atualização e capacitação é fundamental, e considera que os cursos técnicos são um bom caminho para isso. “Penso que aprender deve ser uma constante na vida de qualquer um, e que essa deva ser uma atividade que não pode parar, então pretendo continuar me capacitando no que estiver ao alcance, visto que o grande diferencial do profissional na atualidade é seu grau de preparo para ocupar as melhores oportunidades”.

EM NÚMEROS

- 60% das empresas consideram que um curso técnico é um diferencial na hora de selecionar um jovem funcionário.

- 42% das empresas entrevistadas informaram que os jovens com formação técnica permanecem na companhia e evoluem de cargo.

- 85% dos jovens acredita que o Ensino Técnico prepara melhor para o mercado.

- 61% delas têm algum gestor que já ocupou cargo técnico.

OPORTUNIDADE

Empresas que oferecem oportunidade de crescimento para jovens com diploma técnico

- 39% Empresas pequenas

- 50% Empresas médias

- 62% Empresas grandes

DIFERENCIAIS

Principais diferenciais dos jovens com diploma de ensino técnico, segundo as empresas

- 60% melhor base de conhecimento

- 34% mais comprometidos

- 34% executam melhor as tarefas

Fonte: Pesquisa “Inclusão produtiva de jovens com Ensino Médio e Técnico: experiências de quem contrata” - Itaú Educação e Trabalho, em parceria com a Fundação Roberto Marinho e Fundação Arymax, desenvolvida pelo Plano CDE. Disponível em: https://www.itaueducacaoetrabalho.org.br/acontece/pesquisa-inedita-mostra-que-jovens-com-formacao-tecnica-tem-mais-emprego-formal-e-evolucao-de-carreira-no-brasil

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