A brasileira Marina Lacerda, uma das vítimas do empresário Jeffrey Epstein, afirmou que os documentos divulgados sobre as investigações envolvendo o bilionário não apresentam informações suficientes para esclarecer os crimes. A declaração foi feita em entrevista à emissora britânica Sky News, neste sábado (20), após a liberação de parte dos arquivos do caso pelas autoridades dos Estados Unidos.
Segundo Marina, as vítimas aguardavam a divulgação com expectativa, mas foram surpreendidas pelo nível de sigilo mantido nos documentos. Para ela, a ausência de transparência compromete o direito à informação e desrespeita quem sofreu abusos. A brasileira teve participação relevante no processo que resultou na prisão de Epstein, em 2019, por tráfico sexual.
Epstein morreu no mesmo ano, enquanto aguardava julgamento em uma prisão federal. O empresário mantinha relações com empresários, artistas e políticos influentes, o que ampliou a repercussão do caso e a pressão pública pela divulgação integral dos registros oficiais.
Em entrevistas anteriores à imprensa internacional, Marina relatou que conheceu Epstein ainda adolescente, após se mudar com a família para Nova York. Ela afirmou que os abusos ocorreram por cerca de três anos e que só conseguiu prestar depoimento formal mais de uma década depois, quando o acordo judicial firmado por Epstein em 2008 foi reavaliado pelas autoridades.
A brasileira também participou de mobilizações junto a outras vítimas para que o Congresso dos Estados Unidos aprovasse uma lei determinando a liberação dos documentos da investigação. Após a sanção da norma, Marina passou a questionar publicamente a forma como os arquivos foram apresentados, levantando dúvidas sobre possíveis omissões de nomes ligados ao esquema.
O caso voltou ao debate público após menções ao nome do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em registros relacionados a voos de Epstein nos anos 1990. Trump reconhece que teve contato social com o empresário naquele período, mas afirma que rompeu a relação em 2004 e nega qualquer envolvimento nos crimes. Ele não é investigado no processo.
O Departamento de Justiça norte-americano informou recentemente que não existe uma lista de clientes de Epstein nos documentos oficiais. A declaração gerou críticas de grupos que defendem a divulgação completa das informações e reacendeu debates sobre transparência e responsabilização no caso.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar