
Muitos aposentados foram surpreendidos com descontos indevidos no início do ano, sendo algo que está sob investigação de uma Comissão de Segurança na Câmara dos Deputados.
Durante audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira (28), o delegado da Polícia Federal (PF) Carlos Henrique Oliveira e Sousa afirmou que houve falhas graves de governança por parte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e de órgãos fiscalizadores no combate às fraudes em benefícios previdenciários. Segundo ele, a adoção de sistemas de biometria poderia ter evitado pelo menos 50% dos descontos indevidos.
“Todos falharam. Essa fraude demonstra um conluio de vários atores. Houve problemas legislativos, de governança no próprio INSS, e uma série de fatores contribuíram para os desvios”, declarou o delegado aos parlamentares.
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Oliveira e Sousa explicou que as investigações da PF tiveram início após denúncias feitas por jornalistas, que culminaram com a apresentação de uma notícia-crime contra o INSS. “Em fevereiro de 2024, recebemos outra notícia-crime. Até então, não tínhamos a real dimensão do tamanho dessa fraude. Já existiam alguns inquéritos em andamento na PF, mas eles não tinham recebido atenção especial”, relatou.
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De acordo com o delegado, a Polícia Federal chegou a recomendar ao INSS melhorias nos sistemas de controle e verificação de benefícios, mas o órgão não adotou as medidas sugeridas. Ele destacou que a implementação da biometria poderia ter sido decisiva para barrar parte significativa das irregularidades.
“As ferramentas precisam ser aperfeiçoadas para impedir novos golpes. Se a biometria tivesse sido implantada, 50% das fraudes poderiam ter sido evitadas. A PF tem feito sua parte, mas é preciso colaboração dos demais entes envolvidos”, afirmou.
As fraudes no INSS vieram à tona em 23 de abril, com a deflagração da Operação Sem Desconto, conduzida pela PF em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). A investigação revelou um esquema suspeito de desviar aproximadamente R$ 6,3 bilhões de aposentadorias e pensões entre os anos de 2019 e 2024.
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