
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, retirou-se de uma audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira (27), após ser alvo de uma fala desrespeitosa por parte do senador Plínio Valério (PSDB-AM). O episódio gerou indignação e repercutiu tanto dentro quanto fora da Casa Legislativa.
A situação ocorreu quando o senador, ao pedir a palavra, fez um comentário ofensivo à ministra. “Estou falando com a ministra e não com a mulher, porque a mulher merece respeito, a ministra, não”, disse Valério. A declaração gerou desconforto imediato e Marina Silva se levantou e deixou a sala, acompanhada pela equipe dela.
A ministra estava no Senado para discutir a criação de quatro novas unidades de conservação no Amapá, um tema relevante no contexto das políticas de preservação ambiental.
Contudo, o que era para ser um debate técnico sobre questões como a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e o licenciamento ambiental acabou sendo interrompido pelo ataque verbal do parlamentar.
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Ao sair da sala, Marina Silva expressou à imprensa que não poderia continuar presente após ser desrespeitada mais uma vez. “Eu não poderia ter outra atitude, mas eu dei a chance dele me pedir desculpas”, afirmou a ministra.
Durante a sessão, o senador Rogério Carvalho não deixou o episódio passar em branco e fez questão de se posicionar contra o comportamento de Valério.
“O debate político pode ser caloroso, pode se expressar as divergências, pontos de vistas, agora, manifestação de desrespeito é inaceitável”, afirmou Carvalho, que defendeu a postura de Marina e repudiou as palavras do colega.
Histórico de ataques
Este não foi o primeiro incidente envolvendo o senador Plínio Valério e a ministra. Em outro episódio, o parlamentar fez uma declaração extremamente agressiva em evento no Amazonas.
“Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”, disse Valério. A declaração causou revolta na ocasião e agora voltou a ser um ponto de tensão.
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Além do ataque verbal de Valério, a ministra também foi provocada antes por outro senador, Omar Aziz, que a responsabilizou pela aprovação do Projeto de Lei 2.159/2021, que altera as regras do licenciamento ambiental. A declaração de Aziz visava pressionar Marina sobre a posição dela quanto ao projeto.
Marina Silva rebateu Aziz e disse que o Partido Liberal (PL) representava um retrocesso nas conquistas ambientais do Brasil. “O licenciamento ambiental é uma conquista da sociedade brasileira e, nesse momento, só o povo brasileiro pode evitar esse desmonte que está sendo proposto”, afirmou.
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