Escritora atacada por pitbulls relata: "viver é um milagre"

Os ataques de cães podem ocorrer com qualquer raça e são influenciados por vários fatores, como o ambiente do cão, o histórico de socialização e treinamento, bem como o comportamento dos humanos que interagem com ele. No entanto, existem casos de ataques de pit bulls que receberam grande atenção da mídia devido a gravidade. Esses incidentes podem levantar preocupações sobre a segurança pública e a regulamentação de certas raças de cães.

"A vida continua. Eu sobrevivi. Viver é um milagre que nos orienta. Escrevi isso" Essas foram as palavras da escritora Roseana Murray, de 73 anos, que está hospitalizada no Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, há mais de uma semana, após ser atacada por três cães da raça pitbull em Saquarema, na Região dos Lagos.

Em uma entrevista exibida neste domingo (14) no programa 'Fantástico', da TV Globo, a artista relembrou os momentos angustiantes que enfrentou quando os cães avançaram sobre ela.

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"Eu saí de casa e os três cachorros estavam na rua. Pensei: 'eles vão me deixar passar', mas quando passei, eles me atacaram ao mesmo tempo. Me derrubaram e foi tudo muito rápido. Gritei por socorro, mas não havia ninguém por perto porque estava indo para a academia, era 6h. O rapaz que me salvou estava correndo na praia", comentou.

A vítima continua internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, sem previsão de alta. Ela deu entrada na unidade no dia 5 deste mês e desde então passou por cirurgias de emergência, incluindo a amputação de um braço e uma orelha. Apesar dos ferimentos, a escritora está estável, conversando com familiares e se alimentando normalmente.

Mesmo após o susto, Roseana enfatizou sua gratidão pela vida e expressou sua intenção de continuar escrevendo seus poemas.

"Vou ter que aprender a escrever com a mão esquerda. É um começo: escrever meus poemas com a mão esquerda, mesmo não sendo canhota. A vida segue. Não morri. Viver é um milagre que nos guia. Escrevi isso", concluiu.

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Neste domingo (14), Murray usou suas redes sociais para relembrar o episódio. Ela comparou o ataque dos cães ao mito de Cérbero, da mitologia grega. Para Murray, toda a situação envolvendo os cães a lembrou desse mito, já que Cérbero é descrito como um cão de três cabeças que guarda a passagem dos mortos para o além. A escritora também fez referência a um livro da antropóloga francesa Nastassja Martin sobre uma mulher que lutou contra um urso e venceu.

"Lembro-me do mito de Cérbero, o cão de três cabeças que guarda a passagem dos mortos. Eles eram ferozes e invencíveis. Os três cães que me atacaram pareciam Cérbero, os cães de três cabeças prontos para me levar para a morte. Mas não conseguiram. Estou viva. Assim como no livro que li no Clube da Casa Amarela, "Escute as Feras", de Nastassja Martin, a história da mulher que foi atacada por um urso, lutou e venceu, e no final, tornou-se meio humana, meio ursa. Também me sinto meio humana, meio mulher selvagem, porque venci", escreveu.