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ECONOMIA

Golpes financeiros com CRIPTOMOEDAS crescem no Brasil

Na última semana, caso envolvendo jogadores de futebol que perderam mais de R$ 10 milhões acendeu alerta. Fique atento e saiba como evitar prejuízos com investimentos financeiros desse tipo

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Imagem ilustrativa da notícia Golpes financeiros com CRIPTOMOEDAS crescem no Brasil camera Golpes de criptomoedas | ( Reprodução )

Nos últimos meses golpes de empresas que supostamente oferecem investimento em criptomoedas pipocam no noticiário nacional e mundial. O enredo é um só: promessas de retorno rápidos e lucros elevados. Ainda assim, por pura falta de informação ou ganância por dinheiro fácil, muitas pessoas ainda caem e chegam a perder milhões. O caso mais recente foi o que vitimou o jogador Mayke, do Palmeiras; e o ex-meia do clube, Gustavo Scarpa, que, juntos, podem ter sido lesados em cerca de R$ 11 milhões.

Tudo teria começado quando outro jogador, William Bigode, teria recomendado a empresa Xland Holding Ltda. para que Scarpa investisse no mercado de criptomoedas, com promessa de rendimento mensal na ordem de 5% ao mês sobre o valor depositado. Atraído pelo canto da sereia, o hoje jogador do time inglês Nottingham Forest aplicou R$ 6 milhões através da intermediação da empresa WLJC, do qual William é sócio.

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Ao tentar retirar o dinheiro, Scarpa foi pego de surpresa, não conseguindo resgatar os valores, percebendo que tudo não passava de um golpe. Mayke também revelou que investiu mais de R$ 4 milhões, caindo na mesma cilada. Os dois entraram na Justiça acusando a Xland e William Bigode, que teria recebido comissão por novos investimentos na empresa parceira, pedindo que os valores sejam ressarcidos. As contas de William chegaram a ser bloqueadas após o ocorrido, mas a decisão já foi revogada. Bigode garante que foi tão vítima quanto seus ex-companheiros de time. Segundo o jogador, ele teria perdido R$ 17 milhões no total.

Ademir de Souza Pereira Junior, contador e pós-doutor em finanças cita que os atletas investiram recursos com a promessa de que tivesse cerca de 5% de lucro na aposta no mercado de criptos. “Na negociação, um dos donos da empresa Xland Holding Ltda. informou que tinha R$ 2,1 bilhões em pedras de alexandrita, mineral caro e que muda de cor. Aí que mora o perigo, uma vez q dificilmente um investimento dará um retorno nessa condição”, assegura.

Segundo ele, rendimentos de investimentos de alto risco, como no caso dos jogadores, com rendimentos em renda variável que mudam de acordo com as condições de mercado, ficam em torno de 3% de ganho a depender do papel que se esteja negociando.

“Se pensarmos em algo menos arriscado, temos as rendas fixas, que no Brasil, tem como balizador dos investimentos a taxa Selic. Atualmente ela está em projeções que chegam a 12,75% ao ano ou 1,06 ao mês, muito acima do prometido aos atletas”, explica Ademir, que também é professor universitário.

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Investimentos em cripto, diz o especialista, precisam ser feitos com corretoras com um passado ilibado, em razão do risco da transação e as altíssimas quantias aplicadas nesse tipo de investimento, “principalmente por serem administradas de forma descentralizada e sem nenhum controle por parte de órgãos reguladores ou pelo Fisco, o q o torna ainda mais perigoso”.

PASSADO

Para o contador os atletas foram ingênuos em confiar na corretora sem ir a fundo no passado da empresa. “Entendo que esse caso não tem relação essencial com criptomoedas, mas sim com pirâmide financeira envolvendo o ativo. Esse tipo de golpe ocorre quando uma pessoa cria um fundo não regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), capta dinheiro no mercado, promete valores acima de 2% a 5% ao mês e pegam fortunas dos investidores, como no caso dos atletas, sem devolver o que foi investido e muito menos os rendimentos”.

Dados da CVM mostram que os golpes envolvendo pirâmides financeiras lideram as denúncias aos Ministérios Públicos Estaduais e Federais no Brasil. Sem entrar no mérito dos documentos no qual não teve oportunidade de analisar, Ademir avalia que o investimento era feito de forma triangular, “sendo que o recurso era depositado pelos investidores em uma conta de uma pessoa jurídica que era intermediária e que faria o repasse para a destinatária final da aplicação do investimento, que seria a empresa investigada de dar o golpe na intermediária e no jogador”.

Ademir recomenda que o investidor sempre olhe com desconfiança para empresas que prometem ganhos espetaculares, bem acima de outros investimentos. “É fundamental procurar pessoas sérias e corretoras especializadas e, na menor das hipóteses, conhecer e estudar sobre a custódia de seus investimentos”, recomenda. Além de pesquisar sobre as corretoras, diz, “é necessário verificar se estão sendo praticadas no mercado a rentabilidade prometida e confirmar se a corretora em questão possui autorização de operação frente a CVM”.

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