Uma reação truculenta e desmedida do ex-deputado federal Roberto Jefferson contra agentes da Polícia Federal resultou em uma troca de tiros em frente à casa do ex-presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), no Rio de Janeiro. Um delegado e uma policial federal ficaram feridos na ação ocorrida neste domingo (23).
Após a grande repercussão do caso, assim como do vídeo em que Roberto Jefferson aparece assumindo a culpa pela ação e dando detalhes sobre o ocorrido, delegados e policiais federais cobram uma ação enérgica para executar a ordem de prisão do ex-parlamentar o quanto antes.
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A ordem foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e veio logo após de Jefferson proferir ofensas contra outra magistrada do STF, a ministra Carmen Lúcia, xingada de "prostituta", "vagabunda", "arrombada", entre outras palavras depreciativas.
Os agentes chegaram à casa de Jefferson e foram recebidos a tiros pelo apoiador do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Uma viatura foi crivada de balas e há relatos do uso de uma granada pelo ex-deputado.
Desde o ocorrido, Jefferson segue dentro de sua residência, enquanto agentes da Polícia Federal cercaram a área onde ele mora. O acusado, porém não se rendeu até o momento e diz que só se entregará na presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, medida que foi, também, anunciada pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Veja!
- Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP.
— Jair M. Bolsonaro 2️⃣2️⃣ (@jairbolsonaro) October 23, 2022
Em grupos de WhatsApp e Telegram, delegados e policiais federais afirmam que não há razão para oferecer ao político, que atacou os agentes a tiros, o privilégio de negociar a rendição diretamente com o ministro. Tal demora, para os integrantes da organização, representa uma "desmoralização total da PF".
Por meio de nota, a Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudiou o ataque sofrido pelos agentes durante a tentativa de prisão. De acordo com a entidade, "é totalmente inaceitável qualquer tipo de violência contra policiais federais, em especial no cumprimento do dever legal estabelecido pela Constituição Federal".
A ADPF ainda prestou solidariedade aos policiais federais atingidos na troca de tiros com Roberto Jefferson e desejou a pronta recuperação dos policiais federais vítimas "desse absurdo atentado". Segundo a nota, os delegados federais vão acompanhar "vigilantes o desdobramento dos fatos e exigirão uma rigorosa punição ao responsável pelas agressões", afirma a entidade.
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