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CÍRIO DE NAZARÉ

Fafá de Belém traz "Varanda" com olhar sobre biodiversidade

A cantora Fafá de Belém apresenta na 13ª edição da "Varanda de Nazaré" uma temática diferenciada para homenagear o Círio de Nazaré

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Imagem ilustrativa da notícia Fafá de Belém traz "Varanda" com olhar sobre biodiversidade camera A cantora paraense Fafá de Belém volta a marcar presença no Círio de Nazaré 2023 | Divulgação

Belém vai receber este ano a 13ª edição da “Varanda de Nazaré”, projeto criado e coordenado pela cantora Fafá de Belém para homenagear o Círio de Nazaré e que acontece de 4 a 8 de outubro, com uma programação feita para vivenciar a história, a gastronomia, a cultura e a biodiversidade da Amazônia Paraense. E a novidade deste ano está exatamente em tratar do tema “Biodiversidade”, ampliando a agenda cultural e de divulgação do Pará que o evento já fazia tradicionalmente.

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Este ano o projeto contará com a realização da Varanda da Amazônia, um fórum que pretende discutir a biodiversidade amazônica, seus desafios e oportunidades, a partir de diversos pontos de vista, afinado com os debates que Belém irá receber em 2025 durante a COP 30, a conferência mundial da ONU sobre o clima.

Direto de Nova York, onde participou essa semana do espetáculo “Pororoca”, no Central Park, com a participação de vários artistas paraenses, Fafá falou ao DIÁRIO por mensagens sobre a Varanda deste ano. Confira:

P - A Varanda foi criada para divulgar o Círio e o Pará, mas este ano também ganha unova conotação de estimular o debate sobre a Amazônia. Qual a importância de incluir essa pauta?

R A Varanda nasceu de uma ideia de mostrar nossa cultura, nossa fé, mas também de incentivar o olhar de pessoas de fora de Belém, do Pará e do Brasil, sobre o nosso estado. A minha única missão na Varanda é apresentar as pessoas em lugar de convivência onde a fé e o afeto comandam tudo, e obviamente, o paraensismo. Cada ano a gente tem buscado agregar olhares, opiniões, críticas, para a gente amadurecer no que pode crescer esse espaço. Já no ano passado nosso tema na Varanda era a Semana de 22 e quando houve o episódio da samaúma, eu disse, a gente tem que começar a falar da responsabilidade de cada um diante da biodiversidade, da sustentabilidade. Todos nós somos responsáveis pela preservação do planeta, então quando pensei nesse Fórum, foi pensando nisso, para a gente ir ganhando mais corpo, musculatura para discutir os nossos problemas.

P - O que podemos adiantar sobre o show e convidados deste ano?

R - Esse ano não vai ter show. Eu tinha reservado uma pauta, mas como vamos ter esse Fórum e a Varanda cresceu em termos de conteúdo, achei mais confortável manter apenas o sarau. Então cedi minha pauta no Theatro da Paz para a minha querida Nany People, que estreia um espetáculo cantando Fafá de Belém, em homenagem a mim, mas também à música do meu povo. E obviamente ela é um dos convidados. Nós teremos [o chef] Claude Troisgros. Em relação a artistas, eles só podem fechar muito em cima da hora, então eu pouco abordo, porque às vezes está certo e aí eles têm uma gravação e têm que cancelar. É um dos custos maiores da Varanda, de remanejo de passagens aéreas. É bom falar disso. Nós temos contratados para a semana do Círio mais de 350 profissionais paraenses, na área de produção, alimentação, de serviço, fora locação de espaço, motorista, enfim. E tem uma turma que começa em maio, para levantar produção. Então eu vejo às vezes uns comentários ridículos e morro de rir. É tanta gente que trabalha remunerada, com todos os seus direitos preservados, com salário decente, e eu me sinto muito feliz de poder proporcionar isso. Gostaria que outras pessoas fizessem isso.

P - Será uma Varanda sem o Leo Platô, que esteve envolvido no projeto desde o começo. Como você se sente em relação a isso?

R -Três pessoas marcarão com sua ausência de presença constante em todas as Varandas. Epaminondas, nosso grande Cláudio Rendeiro, que o sarau era dele, com seu personagem, com seu pato, dona Florzinha, mãe da Dira Paes, que era a primeira que chegava em todas as Varandas, e agora Leozinho. Léo é um filho que recebi criado e muito bem criado, e que fez o mundo comigo, não existia possibilidade de qualquer coisa que fosse diferente, sem o Leo. Desde o momento que chegou, há oito anos, foi um encontro de almas. Estive em Belém três dias antes, com ele todos os dias, a sensação que tive aqui foi que alguém lá em cima me levou para me despedir. Mas a marca do Léo está na Varanda, o olhar dele, a TV Platô sempre será a nossa televisão. Os três estarão com a gente, de tanta felicidade que nós repartimos.

P - O que gostaria que essa Varanda deste ano fosse para as pessoas?

R - O que eu sempre pretendo é que ela seja esse vetor, esse abraço ao povo simples da minha terra. Quero que traga alegria, que a gente reforce a nossa fé e pense juntos. O Instagram da Varanda já está aberto e ideias, críticas são bem-vindas. Construção é bem-vinda, demandas. A Varanda existe para ser um olhar do Pará sobre e para o paraense. E que se puder ser a voz desse povo, é a grande realização nossa.

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