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KEILA

De volta ao tecnobrega de raiz

Um beat dançante, com melodia romântica, do jeito que o povo gosta”, descreve Keila sobre sua mais nova música de trabalho, “Me Amo Mais”, de autoria da própria artista. O lançamento do single está marcado para esta sexta-feira, em todas as plataforma

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Imagem ilustrativa da notícia De volta ao tecnobrega de
raiz camera Paulo Rodrigues/Divulgação

Um beat dançante, com melodia romântica, do jeito que o povo gosta”, descreve Keila sobre sua mais nova música de trabalho, “Me Amo Mais”, de autoria da própria artista. O lançamento do single está marcado para esta sexta-feira, em todas as plataformas de streaming.

A cantora conta que depois do disco “Malaka”, lançado em agosto do ano passado, ela sentiu que precisava fazer uma daquelas composições que expressasse bem o som da periferia de Belém, com as batidas marcantes de tecnobrega. “‘Me Amo Mais’ conta a história de uma mulher que descobre o amor próprio após viver um relacionamento abusivo. Acredito que a letra dessa música tenta despertar ou até mesmo educar mulheres que estejam vivendo isso e não conseguem perceber”, explica.

“O que me inspira a compor é a história de tantas mulheres guerreiras, que lutam, são fortes e exemplos de pessoas e, que mesmo assim, muitas vezes também passam por esses relacionamentos, mas é importante quando elas se libertam e passam a se amar, e a se descobrir”, diz Keila,lembrando que não está imune a essa experiência. “Claro que eu também já passei por isso. Muitas vezes as pessoas acreditam que nós artistas não somos atingidas por isso, mas somos seres humanos e também temos histórias de traumas e traições. A maioria das minhas músicas são voltadas para as mulheres ou para o universo feminino, com o qual consigo me fazer entender bem”, considera a cantora.

Comparado com o anterior, este single conversa com um apelo mais popular, diferente de “Malaka”, que apresenta uma sonoridade mais generalista dessa representação da periferia do Pará. “Senti necessidade de um momento maior de fomentação desse tecnobrega tradicional, digamos assim, com aquela pegada de povão. ‘Malaka’ é um disco voltado mais para o Brasil e os sons alternativos, com um tecnobrega bem mais conectado com outros sons da periferia do país, sendo um tecnobrega diluído. Mas tem vários bregas com ‘pegadona’ tradicional, então não tem com não ter ficado com nossa cara. Depois disso, lancei outros sons e fiz participações em trabalhos de outros artistas. Agora sinto que chegou a hora desse novo”, analisa.

Com batidas do DJ Mau Mix, que já produziu para a cantora Gaby Amarantos e que hoje mora em Salinas, Keila diz que o single foi produzido à distância. “Ele parou de trabalhar por um tempo e agora está retomando as produções musicais. A gente fechou essa parceria. Antes da quarentena, eu tinha um plano de lançar um disco neste ano, que acho que vai ficar para 2021 agora... tudo o que envolve um disco acaba ficando embaçado com esta situação toda. Então, decidi lançar singles, entre um e outro disco”.

Helen Patrícia, Viviane Batidão, Valéria Paiva, Receba Lindsay são algumas das artistas cogitadas para parcerias com Keila. “Pretendo lançar feat com essas mulheres inspiradoras do tecnobrega. Quero fazer com que as pessoas fujam um pouco da casinha, mostrar como elas vêm para acrescentar. Estou bastante conectada com as meninas, a gente tem se ajudado bastante. Essa proximidade me deu forças para começar a fazer esses lançamentos”, destaca.

GESTAÇÃO

Com 21 semanas de gestação, Keila, que já é mãe de Josué, 10, e Alexa, 3, está esperando o terceiro filho, [Joaquim, se for menino e Valentina, caso seja menina]. Ainda assim, Keila não parou de produzir e de trabalhar. Em suas postagens nas redes sociais, a artista mostra que continua se exercitando - seja na companhia da filha, seja na laje de sua casa no Guamá, onde ela também se apresenta nas lives que tem feito na quarentena. “Não tenho feito tantas lives na laje quanto eu gostaria e nem nos dias e horários que queria, por causa da chuva, porque a minha vontade era de fazer uma live ao pôr-do-sol. Outro dia, inventei de fazer uma live no Facebook e outra no Instagram e fiquei morta. Praticamente fiz dois shows um perto do outro”.

“A gente que é da periferia tem muito essa ligação com a laje, que é onde a gente pega sol, faz churrasco, chama os amigos para fazer festa. Quando pensei em usar a laje também para fazer as lives, a ideia era juntar tudo isso, então coloquei tudo no caldeirão só e mexi”, diz ela em tom de brincadeira.

Nesse fenômeno das lives, Keila também já participou enquanto convidada de várias transmissões ao vivo, desde grandes festivais a solidárias. “Hoje, também tenho feito para o meu próprio suporte. A gente não está fazendo shows presenciais, mas precisa da contribuição do público, mesmo que seja o consumo mínimo da nossa arte, como uma curtida nas nossas redes sociais, players”, diz.

Quando descobriu que estava grávida, Keila diz que sentiu uma preocupação natural por conta do momento em que o mundo está vivendo e todas as suas consequências. “Primeiro veio aquele receio porque pensei como ia receber mais um filho com o caminho que o mundo está percorrendo e com meus trabalhos todos cancelados. Ainda mais sem saber se o nosso estado estaria no pico da doença. Comecei a fazer o pré-natal e me senti mais calma quando ouvi o coraçãozinho do bebê, respirei fundo e vivi aquele sentimento de maternidade”, recorda.

Como ainda vivemos sob ameaça do novo coronavírus, Keila não vai fazer chá revelação presencial, mas pretende compartilhar esse momento com os fãs em um encontro virtual. “Vou fazer um bolo simbólico de chá de revelação para família e para os fãs que quiserem acompanhar junto com todo mundo a live, porque eu já sei o sexo. Vai ser no domingo, com um bolinho para brincar com a galera, descontrair um pouco e divertir”, conta.

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