Influenciadora Esquerdogata é presa após desacato a policiais

Às vezes, uma simples ida às ruas pode se transformar em um episódio digno de redes sociais em polvorosa. Entre câmeras, celular na mão e palavras afiadas, a noite do último sábado (25) virou palco de uma prisão que rapidamente se espalhou pelo universo digital, envolvendo seguidores, vídeos e discussões acaloradas sobre comportamento e autoridade.

A influenciadora Aline Bardy Dutra, conhecida como Esquerdogata nas redes sociais, foi detida em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, após desacatar policiais militares e resistir à prisão. A abordagem, segundo um dos policiais envolvidos, teria ocorrido devido à suspeita de injúria racial cometida pela influenciadora.

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Aline já possui histórico judicial semelhante, incluindo condenações por desacato e desobediência a agentes da lei, conforme registros do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

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De acordo com a Polícia Militar, ela se aproximou de PMs do 51º Batalhão do Interior enquanto estes concluíam uma ação de fiscalização no cruzamento das ruas Florêncio de Abreu com Cerqueira César. Durante a abordagem, a influenciadora empunhava o celular e, segundo relatório, teria dito: "um preto querendo foder outro preto".

"CONDIÇÃO DE CLASSE"

Ao ser questionada, Aline negou a injúria racial, argumentando sobre a conduta do policial diante de alguém de sua "condição de classe". Em meio à prisão, exibindo sinais de embriaguez, ela passou a ofender os militares com comentários preconceituosos sobre salário e cultura, incluindo frases como: "Minha sandália vale o carro de vocês".

Ela também ressaltou sua influência nas redes, mencionando ter um milhão de seguidores, enquanto seu perfil no Instagram registrava 883 mil seguidores até o fim da tarde de domingo (26/10). Entre as declarações, ainda dirigiu palavras duras aos policiais: “Vai tomar no meio do seu cu. Você tem noção de quem é você e quem sou eu? […] você não tem dinheiro nem para falar com meu advogado […]”

"FACISTINHA"

Durante a abordagem, Aline chamou um dos PMs de “facistinha” e afirmou: "Sabe que uma militante ser presa, isso vai me fazer deputada federal? Vou mandar em vocês tanto. Você é um policialzinho, ganha licença-prêmio".

Ela também criticou o salário dos agentes e exibiu ostentação, dizendo: "Acha que tem cacife para me mandar pra algum lugar? Minha sandália vale o carro de vocês […] já foi para Europa, meu amor? Vai pra Itália, para ver como são os policiais, vão ter vergonha […] já foi pra Londres? Nunca né, você não tem dinheiro para isso"

O QUE DIZ A DEFESA

Durante a prisão, Aline precisou ter as pernas imobilizadas após tentar quebrar o vidro traseiro da viatura, batendo a algema contra a estrutura. Toda a ocorrência foi registrada em vídeo pelos policiais e entregue à Polícia Civil.

A defesa da influenciadora, conduzida pelo advogado Douglas Eduardo Marques, negou a prática de crime racial e afirmou que a cliente "está abalada" com a situação. Aline Bardy foi liberada ainda no sábado, em audiência de custódia, e deverá cumprir medidas cautelares, incluindo restrição noturna e comprovação bimestral de acompanhamento psicológico.