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50 ANOS DE CINEMA NA FLORESTA

Mostra de cinema destaca protagonismo indígena e mudanças no clima

A Mostra 'Amazônia: Memórias para o Futuro' exibe 50 anos de cinema sobre a floresta, promovendo debates sobre mudanças climáticas e protagonismo indígena.

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Imagem ilustrativa da notícia Mostra de cinema destaca protagonismo indígena e mudanças no clima camera Memórias para o Futuro aquece debates da COP30 com 50 anos de cinema sobre a floresta | Foto: @FredRahal

Faltando pouco mais de um mês para a COP 30, evento mundial sobre mudanças climáticas, que será realizado em novembro deste ano, em Belém. A cidade tem recebido diversos eventos e exposição para discutir sobre o futuro da Amazônia e dos povos originários.

A Mostra "Amazônia: Memórias para o Futuro", que acontece de 16 a 22 de outubro no Cine Líbero Luxardo, apresenta um panorama audiovisual que comprova: os alertas sobre desmatamento, mudanças climáticas e violência contra povos indígenas ecoam há décadas – e permanecem atuais. Com a programação inteiramente gratuita, a Mostra "Amazônia: Memórias para o Futuro" traz para Belém cineastas e lideranças que registram a Região há anos e vozes contemporâneas de realizadores indígenas, atualizando os debates que terão na COP 30 seu palco mais quente.

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A programação reúne mais de 40 filmes em aproximadamente 35 horas de exibição, sendo 11 obras de Adrian Cowell e Vicente Rios que documentaram sistematicamente cinco décadas de transformações na região. Destaque para 15 produções dirigidas por realizadores indígenas de coletivos como Vídeo Nas Aldeias, Beture, Munduruku Daje Kapap Eypi e Wakoborũn, além de 12 filmes dirigidos por mulheres, incluindo Tainá de Luccas, Mari Corrêa, Ana Vaz, Beka Munduruku e Edna Castro.

Urgência - Se a COP30 discutirá o futuro climático do planeta, a Mostra demonstra que a Amazônia já era um intenso laboratório dessa crise há anos. A série "A Década da Destruição", de Adrian Cowell, registrou em tempo real o que cientistas como o Dr. Eneás Salati alertavam: o desmatamento não reduziria apenas as chuvas na Amazônia, mas em todo o Brasil Central. Quarenta anos depois, as "Tempestades da Amazônia" (1984) e "Amazônia Climática" (2019), filme mais recente que também integra a programação, provam que a floresta não é consequência do clima – ela o produz.

As produções contemporâneas indígenas – de "Floresta Doente" (2024) a "Sukande Kasáká | Terra Doente" (2025) – mostram que os povos originários seguem na linha de frente da defesa territorial e climática, documentando em primeira pessoa os impactos do garimpo, dos agrotóxicos e das invasões. "Trazemos obras do passado e do presente para conversar e vislumbrar um futuro melhor para a floresta e seus povos", afirma a diretora-geral do evento, Stella Penido.

Encontros - Todas as sessões da Mostra promovem diálogos fundamentais entre pioneiros e a nova geração de realizadores. Na abertura, Vincent Carelli, fundador do Vídeo Nas Aldeias, debate com o cineasta indígena Takumã Kuikuro sobre "Cinema, território de memórias". No dia 17 de outubro, Zienhe Castro, diretora e criadora do festival Amazônia Doc, comenta "Na Trilha dos Uru-Eu-Wau-Wau" (1984), de Adrian Cowell – uma conexão especial, já que quando o acervo do documentarista chegou ao Brasil em 2008, a convite de Zienhe, Cowell veio a Belém e foi homenageado no festival organizado por ela. No dia 18 de outubro, Jorge Bodanzky e a realizadora Beka Munduruku discutem "Rios de mercúrio, floresta doente". Pesquisadores como Nelson Sanjad (MPEG), Edna Castro, Ana Vilacy Galúcio (MPEG), Maria Elena López e João de Jesus Paes Loureiro (UFPA) também comentarão sessões, criando pontes entre produção audiovisual, ciência e literatura. O encerramento reúne o crítico Marco Antônio Moreira, o professor Dr.João de Jesus Paes Loureiro e a escritora Dra. Violeta Loureiro, após a exibição de “O Abraço da Serpente”, de Ciro Guerra.

Legado - Um dos momentos mais emocionantes da Mostra acontece no dia 21 de outubro, às 20h, com o lançamento do livro póstumo "Como Salvar a Amazônia: uma busca mortal por respostas". Dom Phillips estava escrevendo a obra quando foi assassinado junto ao indigenista Bruno Pereira no Vale do Javari, em 5 de junho de 2022. O livro, finalizado com colaboração de jornalistas e indigenistas como Eliane Brum, Beto Marubo e Andrew Fishman, representa não apenas a última contribuição do correspondente britânico para o debate amazônico, mas um testemunho sobre os riscos fatais enfrentados por quem documenta a violência na região. O lançamento contará com Angela Mendes (Comitê Chico Mendes), Alessandra Sampaio e Helena Palmquist (Sumaúma Jornalismo), sob coordenação de João Meirelles (Instituto Peabiru).

Pontos altos da programação Arquivo Adrian Cowell: Filmografia rara de Adrian Cowell, que documentou a Amazônia durante 50 anos e registrou desde desde o primeiro contato com povos isolados (Uru-Eu-Wau-Wau, Kreen-Akrore) até o assassinato de Chico Mendes. Obras como "Financiando o desastre" (1987) revelam como o Banco Mundial financiou a devastação de Rondônia. São filmes da aclamada série “A Era da Destruição”.

Lançamentos: "Um olhar inquieto: o cinema de Jorge Bodanzky" (2024), com presença do diretor; e lançamento do livro póstumo de Dom Phillips, "Como Salvar a Amazônia: uma busca mortal por respostas", que ele escrevia quando foi assassinado no Vale do Javari.

Presenças confirmadas: Vincent Carelli (Vídeo Nas Aldeias), Takumã Kuikuro, Jorge Bodanzky, Beka Munduruku (Coletivo Munduruku), Ana Vilacy Galúcio (MPEG), Angela Mendes (Comitê Chico Mendes), Helena Palmquist (Sumaúma), Fernando Segtowick, além de pesquisadores como Nelson Sanjad (MPEG), João de Jesus Paes Loureiro e Violeta Loureiro (UFPA).

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Sessão especial: "Adeus, Capitão" (2022), obra de 175 minutos de Vincent Carelli sobre o líder Gavião Krohokrenhum, exibida na manhã do dia 17, com comentários do diretor. Realização e acesso Idealizada pela Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, em parceria com Makunaima Produção Audiovisual e Museu Paraense Emílio Goeldi, a mostra oferece entrada gratuita para todas as sessões, debates e lançamentos.

Serviço:

Mostra "Amazônia: Memórias para o Futuro"

16 a 22 de outubro de 2025

Cine Líbero Luxardo - Av. Gentil Bittencourt, 650, Nazaré, Belém

Entrada gratuita

Programação completa: Confira a programação completa no perfil do Instagram @amazoniamemoriasparaofuturo

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