Crítica Dungeons & Dragons: Divertido e direto ao ponto

Um roteiro frenético, com diálogos cheios de humor e uma trama que vai direto ao ponto. Assim pode ser resumido o filme Dungeons & Dragons - Honra entre Rebeldes, uma adaptação de um dos jogos de RPG mais famosos do mundo e que agora tem nos cinemas uma obra que faz jus ao legado deixado pela obra original.

Como dito antes, D&D não faz rodeios. Em poucos minutos de tela, o protagonista (Chris Pine) conta uma breve história sobre a vida dele e já deixa claro quais os objetivos. À primeira vista, isso pode parecer meio apressado demais, mas a direção de Jonathan Goldstein e John Francis Daley cria um diálogo sagaz e extremamente engraçado, dando um tom leve à narrativa, que nunca se torna tediosa, pois sempre é intercalada por cenas de ação eletrizantes e bem executadas.

Apesar dessa dinâmica, o longa não tira tempo para explicar certas regras do seu universo.. Criaturas, magias, religiões e culturas são apresentadas, mas o texto não se esforça para fazer o público entender todas as nuances. Se por um lado isso pode ser ruim, por não dar profundidade a esse rico universo, por outro, garante que o filme não se torne um manual de RPG, o que certamente deixaria qualquer um frustrado na cadeira do cinema.

Ao invés de interromper o fluxo com explicações, o filme acelera o ritmo, como um jogo de RPG animado, reunindo um grupo de personagens habilidosos que partem para um objetivo em comum, o qual gera uma missão, que gera um novo desafio cada vez mais épico.

O carisma de nossos “heróis” é um tempero a mais para essa aventura tão bem construída, um mérito total do elenco escalado. Chris Pine faz um bardo canastrão e cheio de sagacidade, que conduz planos mirabolantes em sequência. Michelle Rodriguez encarna uma bárbara durona e protagoniza as melhores cenas de ação do filme. Justice Smith interpreta um mago atrapalhado e um tanto medroso, capaz de gerar as situações mais hilárias e também os feitiços mais poderosos. Sophia Lillis talvez seja a única do grupo que não se destaca em tela, com uma atuação muito comedida. Apesar disso, sua personagem, a druida Doric, brilha em muitas cenas criativas de perseguição e combate.

Os efeitos especiais do filme não são impressionantes, mas cumprem o papel na história e garantem a imersão durante todo o filme. O destaque positivo fica para as magias conjuradas pelos magos, que são construídas e proporcionam dinâmicas irreverentes de combate.

O longa também é cheio de “Easter Eggs” do jogo de RPG e até faz referências ao clássico desenho animado Caverna do Dragão, que foi muito popular no Brasil.

Dungeons & Dragons - Honra entre Rebeldes possui um enredo simples e não faz firulas, porém, o roteiro criativo e cheio de carisma garante um entretenimento contínuo durante as 2 horas de filme. Não é uma produção que vai concorrer ao Oscar, mas se houvesse a categoria de “filme mais divertido” ele certamente estaria lá. No fim, tem como maior feito é fazer você sair do cinema com um sorriso no rosto e um gostinho de quero mais.

Dungeons & Dragons - Honra entre Rebeldes estreia nos cinemas de todo o Brasil no dia 13 de abril.