Veja dicas de como usar o 13º salário de forma estratégica

O 13º salário é um dos alívios financeiros mais esperados pelos brasileiros no fim do ano. Para muitos, representa a oportunidade de equilibrar contas, quitar dívidas acumuladas ou até realizar pequenos projetos pessoais que ficaram pendentes ao longo dos meses. Apesar disso, a chegada desse pagamento extra nem sempre garante tranquilidade.

Sem um planejamento adequado, o valor pode se esgotar rapidamente, especialmente em dezembro, período marcado por gastos com presentes, viagens, festas e outras despesas sazonais. Muitas famílias acabam comprometendo boa parte do benefício com itens de consumo imediato, deixando de aproveitar a função estratégica dele.

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Especialistas alertam que o 13º salário deve ser tratado como uma ferramenta de organização financeira e não apenas como um recurso extra para despesas do fim de ano. O uso consciente dele pode garantir não apenas o fechamento do ano no azul, mas também um início de ano mais equilibrado e seguro do ponto de vista econômico.

O tributarista Bruno Medeiros Durão reforça que a principal armadilha é acreditar que o valor é “dinheiro extra” para gastar sem controle. "O grande erro é imaginar que o 13º é um valor extra para gastar. Ele é um recurso essencial para organizar a vida financeira e entrar no próximo ano com segurança", afirma.

Confira quatro formas estratégicas para usar o 13° salário:

1. Priorizar dívidas de juros altos

A primeira medida recomendada para o uso do 13º salário é a quitação de dívidas com altos juros, como cartões de crédito, cheque especial e empréstimos pessoais. Essas obrigações, muitas vezes, consomem grande parte da renda mensal devido à incidência de juros compostos, que aumentam rapidamente o saldo devedor.

Ao direcionar o 13º para reduzir ou eliminar esses débitos, é possível evitar que os juros continuem acumulando e comprometam o orçamento do início do próximo ano. Essa ação garante mais liberdade financeira, permitindo planejar os gastos futuros sem a pressão de encargos elevados.

2. Garantir despesas do início do ano

Depois de reduzir as dívidas mais urgentes, uma parte do 13º salário deve ser destinada ao pagamento das despesas previstas para os primeiros meses do ano, como IPVA, IPTU, matrícula escolar e seguros. Esses compromissos costumam gerar impacto significativo no orçamento familiar logo em janeiro e fevereiro.

Reservar recursos para essas contas evita que o início do ano comece no vermelho e ajuda a manter a estabilidade financeira. Planejar esses pagamentos com antecedência contribui para reduzir o estresse financeiro e garante que não seja necessário recorrer a crédito emergencial ou parcelamentos com juros altos.

3. Investir pensando no futuro

Com as contas sob controle, o 13º salário pode ser utilizado para formar patrimônio ou iniciar investimentos. Opções como previdência privada, renda fixa ou uma poupança voltada a projetos de longo prazo ajudam a criar uma reserva financeira e a reduzir a dependência de crédito em situações inesperadas.

Investir parte do valor recebido também permite iniciar o acúmulo de ativos, que podem gerar rendimento ao longo do tempo. Esse planejamento contribui para a construção de uma base financeira mais sólida, transformando o 13º em uma ferramenta estratégica para o futuro.

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4. Estabelecer limites para o consumo de fim de ano

Mesmo com o espírito festivo, é importante não comprometer todo o 13º salário com compras de fim de ano ou lazer. Reservar apenas uma parcela para presentes e celebrações ajuda a equilibrar o orçamento sem prejudicar outras prioridades financeiras.

Evitar compras parceladas é uma forma de manter o controle dos gastos e identificar se certas despesas realmente cabem no orçamento. Quando os pagamentos são planejados e limitados, o 13º salário cumpre a função de aliviar as contas e proporcionar segurança financeira, sem gerar dívidas adicionais.