Questões relacionadas à saúde masculina ganham destaque em observância internacional que busca quebrar tabus e estimular o autocuidado entre os homens.
O Dia Internacional do Homem é celebrado nesta terça-feira (19) em diversos países, com foco na promoção da saúde masculina e na conscientização sobre a importância dos cuidados preventivos. A data, instituída pelo médico Jerome Teelucksingh em 1994 com apoio da ONU, visa combater preconceitos que impedem homens de buscar assistência médica adequada.
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Pesquisas científicas demonstram diferenças significativas entre homens e mulheres quando o assunto é longevidade e cuidados médicos. Conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida feminina no Brasil alcançou 79,7 anos em 2023, enquanto a masculina ficou em 73,1 anos.

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Essa disparidade de 6,6 anos resulta principalmente da menor exposição feminina a situações de risco e do maior interesse das mulheres em manter hábitos saudáveis. Além disso, estudos internacionais reforçam essa tendência global de menor longevidade masculina.
Estudo internacional confirma vulnerabilidade masculina
Uma ampla revisão científica conduzida pela Universidade do Sul da Dinamarca e publicada na revista PLOS Medicine analisou indicadores de saúde em mais de 200 países. A pesquisa, divulgada em maio, examinou especificamente casos de hipertensão, diabetes e HIV/Aids.
Os resultados evidenciam que homens apresentam índices superiores dessas enfermidades, registram maior mortalidade associada a essas condições e demonstram menor procura pelos serviços de saúde. Esse comportamento se manifesta tanto na fase diagnóstica quanto no acompanhamento terapêutico.
Preconceitos dificultam busca por tratamento
Estruturas sociais tradicionais ainda associam comportamentos de autocuidado a características consideradas femininas, criando barreiras psicológicas para os homens. Nesse contexto, admitir necessidades médicas ou demonstrar preocupação com o bem-estar pessoal pode ser interpretado como sinal de fragilidade.
Esse cenário perpetua a negligência masculina em relação à própria saúde, já que muitos evitam consultas médicas por temer julgamentos sobre sua masculinidade. Consequentemente, diagnósticos tardios e tratamentos inadequados se tornam mais frequentes nesse grupo.
Histórico e estabelecimento da data comemorativa
As origens da celebração remontam ao período da União Soviética, quando o governo de Mikhail Gorbachev teria criado uma ocasião para homenagear personalidades masculinas importantes da história russa. Posteriormente, essa iniciativa inspirou desenvolvimentos em outras nações.
Em 1994, Jerome Teelucksingh, médico e professor de História na Universidade das Índias Ocidentais, formalizou a proposta do dia 19 de novembro como data oficial. Seu objetivo profissional era direcionar atenção específica para questões sanitárias masculinas, promovendo debates e campanhas educativas sobre o tema.
Celebração dupla no território brasileiro
O Brasil adotou duas datas distintas para reconhecer a importância dos homens na sociedade. Enquanto 19 de novembro segue o padrão internacional, 15 de julho marca o Dia Nacional do Homem, estabelecido por iniciativa da Ordem Nacional dos Escritores.
Curiosamente, a data internacional coincide com o período do Novembro Azul, campanha global dedicada à conscientização sobre o câncer de próstata. Essa movimentação concentra esforços especiais na prevenção e detecção precoce do câncer de próstata, uma das principais ameaças à saúde dos homens.
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