A cultura popular do Brasil é muito valorizada em algumas regiões, especialmente na Amazônia. Algumas práticas realizadas por pessoas mais experientes, como o "curar a garganta" ainda ocorrem.
Outra tradição praticada há gerações em comunidades rurais e ribeirinhas do Brasil, a técnica conhecida como “puxar a barriga” resiste ao tempo como um dos símbolos mais fortes da sabedoria ancestral feminina. Muito antes de existir acesso a médicos e hospitais, em áreas mais distantes de grandes centros, as parteiras já cuidavam das gestantes com as próprias mãos, combinando fé, sensibilidade e conhecimento empírico.
Em outubro, o influencer Dhendrenson, da Ilha do Marajó, publicou um vídeo em uma rede social mostrando como essa técnica é realizada. "Hoje foi dia de tradição e cuidado! Minha irmã passou pela sua primeira “puxada de barriga”, um saber antigo que atravessa gerações. Nas mãos da minha avó (Mãe), não tem só técnica — tem fé, carinho e o jeito ancestral de cuidar da mulher. É bonito ver essas tradições vivas, que seguem firme dentro não só das nossas famílias, mas de muitas famílias pelo Marajó e outros lugares!", escreveu na legenda.
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A prática consiste em massagens realizadas com azeite, banha ou óleo de andiroba, aplicadas na região do ventre da gestante. O objetivo é acomodar o bebê no útero, aliviar dores, corrigir posições e preparar o corpo da mulher para o parto.
Mais do que uma técnica corporal, o “puxar a barriga” representa uma forma de conexão entre o físico e o espiritual. As parteiras, muitas vezes mulheres mais velhas e respeitadas nas comunidades, são capazes de perceber, apenas pelo toque, como está o bebê, se a gestante precisa de repouso ou até de um chá para equilibrar o corpo.
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Essas mulheres construíram um legado baseado na observação, na experiência e na escuta atenta. Hoje, mesmo com o avanço da medicina moderna, o “puxar a barriga” ainda sobrevive, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país, como símbolo de resistência cultural e de respeito às formas ancestrais de cuidar. Para muitas mulheres, a tradição continua sendo uma maneira de honrar a força e o conhecimento das parteiras, guardiãs de um saber que nasceu do corpo e da alma.
Veja o vídeo de Dhendrenson:
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