
Arqueólogos encontraram adornos feitos com dentes de cachorro no túmulo de uma mulher do Neolítico Tardio, enterrada há cerca de quatro mil anos na região de Saxônia-Anhalt, na Alemanha. A descoberta ocorreu durante escavações realizadas antes da construção de uma tubulação entre as cidades de Gleina e Mücheln.
Ao todo, foram identificados 99 dentes caninos distribuídos ao redor do crânio da mulher. Todos os dentes estavam perfurados na raiz, o que sugere que eles compunham algum tipo de ornamento, possivelmente um colar ou adereço de cabeça.
Outro detalhe curioso que chamou a atenção dos pesquisadores foi que muitos dos dentes apresentavam coloração esverdeada, que pode ser um indicativo de que objetos de cobre ou bronze, provavelmente depositados como oferendas, se corroeram com o passar do tempo.

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Enterro da cultura da cerâmica cordada
A mulher pertenceu à chamada cultura da cerâmica cordada, uma das principais expressões culturais do Neolítico Tardio, entre 2.800 e 2.100 a.C, conhecida por cerâmicas decoradas com impressões de cordas e por rituais de sepultamento distintos. O enterro guarda semelhanças com outros já encontrados, como o famoso túmulo duplo de Karsdorf, onde também foram descobertos dentes de cachorro utilizados como enfeites.

Além dos ornamentos, a posição do corpo da mulher contribuiu para a identificação de seu sexo. De acordo com o Escritório Estadual de Preservação de Monumentos e Arqueologia da Saxônia-Anhalt, o braço direito da falecida estava dobrado sobre o abdômen, enquanto o esquerdo permanecia estendido. As mãos, colocadas sobre a pélvis, parecem segurar algo, talvez um objeto que foi perdido com o tempo.
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"Se levarmos em conta os costumes funerários diferenciados por gênero das culturas da cerâmica cordada e do copo campaniforme, a postura do morto sugere o enterro de uma mulher", compartilhou o escritório em comunicado.
A nova descoberta, junto a dois outros sepultamentos do mesmo período na região, ofereceram pistas valiosas sobre os hábitos, rituais e objetos simbólicos usados por povos que viveram milênios atrás.
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