Entidades médicas restringem uso de testosterona em mulheres

Três importantes sociedades médicas brasileiras emitiram alerta sobre o uso inadequado de testosterona em mulheres. O posicionamento conjunto visa proteger pacientes dos graves riscos associados ao hormônio masculino.

A decisão partiu de especialistas da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Os médicos enfatizam a necessidade de avaliação clínica rigorosa antes da prescrição.

Leia também

• Conheça os benefícios de se exercitar durante o período menstrual
• Anvisa proíbe venda e uso de 30 anabolizantes no Brasil. Veja a lista

As entidades médicas determinaram que a testosterona deve ser prescrita exclusivamente para tratar o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH).

Quer receber mais dicas de saúde? Acesse o canal do DOL no WhatsApp!

Qualquer outro uso representa perigo à saúde feminina e contraria as diretrizes científicas estabelecidas.

Riscos graves à saúde

O documento médico lista diversos efeitos adversos do uso inadequado do hormônio. Os especialistas classificam muitos destes problemas como irreversíveis e potencialmente fatais.

Entre as consequências mais preocupantes estão:

• Alterações físicas permanentes como engrossamento da voz;
• Problemas cardiovasculares incluindo infarto e AVC;
• Toxicidade hepática com risco de tumores no fígado;
• Distúrbios psicológicos e psiquiátricos;
• Comprometimento da fertilidade feminina.

Efeitos na aparência física

O uso incorreto da testosterona provoca mudanças irreversíveis na aparência feminina. Estas alterações, conhecidas como efeitos virilizantes, modificam permanentemente características físicas das mulheres.

As transformações incluem acne severa, queda acentuada de cabelo, crescimento excessivo de pelos pelo corpo e aumento do clitóris. A voz também sofre modificação definitiva, tornando-se mais grave.

Anvisa não aprova formulações

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária não autorizou nenhuma formulação de testosterona específica para uso feminino. Esta ausência de aprovação reforça a posição das sociedades médicas sobre os riscos do hormônio.

A agência reguladora também rejeita o uso da substância para fins estéticos, melhora da composição corporal, aumento do desempenho físico ou combate ao envelhecimento. Estes objetivos não possuem respaldo científico adequado.

Impactos no sistema cardiovascular

Os especialistas alertam especialmente para os riscos cardíacos associados ao hormônio masculino. O uso inadequado pode desencadear problemas cardiovasculares graves e até letais em mulheres.

As complicações cardíacas possíveis são:

• Hipertensão arterial descontrolada;
• Arritmias cardíacas perigosas;
• Formação de coágulos e tromboses;
• Embolias pulmonares;
• Aumento significativo da taxa de mortalidade.

Alterações nos exames laboratoriais

O hormônio também interfere nos resultados de exames de sangue importantes. Estas modificações podem mascarar outras condições de saúde ou criar novos problemas metabólicos nas pacientes.

Os exames mais afetados são os de colesterol e triglicerídeos, fundamentais para avaliar riscos cardiovasculares. Por isso, os médicos recomendam monitoramento laboratorial constante quando o uso for clinicamente justificado.