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NOVO ESTUDO

Ultraprocessados podem ter relação com câncer colorretal

Estudo revela que alimentos ultraprocessados podem aumentar a inflamação e o risco de câncer colorretal. Entenda a relação e como se proteger.

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Imagem ilustrativa da notícia Ultraprocessados podem ter relação com câncer colorretal camera O câncer colorretal é uma das formas mais prevalentes de câncer em todo o mundo, afetando tanto homens quanto mulheres. | Divulgação

O câncer de cólon e reto abrange tumores na parte do intestino grosso, que é chamada de cólon, no reto e no ânus. Ele pode atingir homens e mulheres, geralmente por volta dos 50 anos de idade. Costuma se desenvolver de forma lenta e, se descoberto em estágio inicial, tem altas chances de cura.

O recente crescimento do câncer colorretal em pacientes com menos de 50 anos tem intrigado os cientistas nos últimos anos. E um novo estudo publicado na revista Gut oferece algumas pistas para desvendar o que vem causando a doença.

Segundo pesquisadores da University of South Florida, gorduras específicas de alimentos ultraprocessados podem aumentar a inflamação relacionada com o desenvolvimento desse tipo de tumor.

“É sabido que pacientes com dietas não saudáveis têm aumento de inflamação no corpo”, afirma o coautor do estudo Timothy Yeatman, professor de cirurgia da Faculdade de Medicina Morsani do USF Health e diretor associado de Pesquisa Translacional e Inovação no Instituto de Câncer do TGH, em comunicado.

“Agora vemos essa inflamação nos próprios tumores do cólon, e o câncer é como uma ferida crônica que não cicatriza. Quando seu corpo se alimenta diariamente de alimentos ultraprocessados, sua capacidade de curar essa ferida diminui devido à inflamação e à supressão do sistema imunológico, o que permite que o câncer cresça.”

Amostras de tumores

No estudo, Ganesh Halade, professor associado no Instituto Cardíaco do USF Health e membro do Programa de Biologia do Câncer do Instituto de Câncer do TGH, usou uma técnica analítica altamente sensível para identificar pequenas quantidades de lipídios em 162 amostras de tumores de pacientes do Hospital Geral de Tampa, na Flórida.

Dentro dos tumores, a equipe observou um excesso de moléculas derivadas de ácidos graxos ômega 6 que promovem a inflamação e uma escassez daquelas que ajudam a combater esse processo, contidas nas fontes de ômega 3. Produtos ultraprocessados costumam ser ricos em gorduras do tipo ômega 6, fartas em óleos de sementes como canola, milho e girassol. O estudo, porém, não associou o desenvolvimento do câncer a um óleo específico.

De acordo com Halade, há uma diferença fundamental entre gorduras naturalmente presentes nos alimentos que comemos e aquelas que vêm de alimentos ultraprocessados.

“Nossos corpos são projetados para resolver ativamente a inflamação por meio de compostos lipídicos bioativos derivados das gorduras saudáveis que consumimos, como as de abacates”, afirma, em comunicado. “Se essas moléculas vêm de produtos alimentícios processados, elas desequilibram diretamente o sistema imunológico e alimentam a inflamação crônica.”

Alimentação moderna

Em entrevista à revista Scientific American, Yeatman aponta como uma das causas do aumento da inflamação e consequente alta dos casos de câncer as transformações no perfil de alimentação das últimas décadas.

“Os níveis dos lipídios ômega 6, que tem um perfil mais inflamatório, na gordura corporal humana cresceram dramaticamente dos anos 1950 até hoje. E isso provavelmente é por causa de mudanças na dieta ocidental. E se você vai olhar que mudanças foram essas, bem, foram principalmente os alimentos ultraprocessados”, disse à revista.

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