Nos últimos anos, com o aumento da disseminação de informações na internet e o consequente crescimento da conscientização ambiental, da busca por hábitos mais saudáveis e do respeito aos animais, movimentos como o veganismo vêm ganhando cada vez mais espaço e se consolidando enquanto tendências mundiais de comportamento.
Por conta disso, algumas pessoas optaram por retirar a carne e outros derivados animais da alimentação. Se antes existia um certo receio sobre até onde isso seria saudável, hoje já existe um debate público a respeito dos benefícios que as dietas vegetariana e vegana têm para a saúde humana.
O documentário "A Dieta dos Gladiadores", lançado na plataforma Netflix, é a prova que mostra como atletas de alto rendimento conseguiram não apenas manter como melhorar seus desempenhos por meio de uma dieta baseada em alimentos de fonte vegetal.
Alguns estudos científicos ainda indicam que zerar o consumo de carne pode reduzir o risco para doenças cardiovasculares, hipertensão, colesterol, diabetes e câncer.
No entanto, e que ainda resiste nesse debate, é o de que apenas a carne e derivados animais tenham proteínas de boa qualidade para suprir as necessidades do corpo humano. Porém, o que isso quer dizer?
Proteínas: a base de tudo
As proteínas são nutrientes vitais para o corpo e participam de praticamente todos os processos importantes: construção muscular e reparação de tecidos, produção de enzimas e hormônios.
Elas são formadas por estruturas menores chamadas de aminoácidos. Ao todo, precisamos de 20 tipos deles para a produção das proteínas que nos mantêm vivos; mas nosso corpo tem condições de fabricar apenas 11 deles, os chamados aminoácidos não essenciais.
Os outros nove são obtidos a partir da alimentação. É aí que entram a carne e outros derivados animais: esses alimentos têm proteínas que, quando degradadas pela nossa digestão, vão fornecer todos os aminoácidos de que precisamos para fabricar as nossas próprias proteínas.
Vegetais
No caso dos vegetais, existem alguns que oferecem, sim, todos os aminoácidos essenciais. Porém, a maioria possui apenas uma parte deles, ou seja, é necessário combinar o consumo entre eles para conseguir bater a meta de tudo o que precisamos consumir.
Biodisponibilidade
Há ainda outra questão: a biodisponibilidade desses nutrientes. Basicamente, o termo se refere à quantidade do alimento que é de fato absorvida e aproveitada pelo corpo uma vez que ele passe pela digestão.
No geral, sabemos que carnes e alimentos de origem animal têm mais biodisponibilidade, ou seja, nosso corpo é capaz de aproveitar melhor todos os nutrientes deles.
A razão para isso é que eles permanecem mais íntegros após a digestão, chegando à célula com mais condições de serem usados e em maior quantidade.
Proteínas vegetais
Proteínas vegetais, por outro lado, resistem menos ao caminho digestivo e acabam sendo menos biodisponíveis. A diferença, no entanto, é considerada pequena e pode ser compensada consumindo maiores quantidades dos alimentos para alcançar a meta de absorção.
Dá para ser saudável sem comer carne?
Sim. Quando bem planejada, a dieta vegetariana pode oferecer praticamente todos os nutrientes de que o corpo precisa, incluindo aí um bom aporte de proteínas que não faz feio nem para quem quer trabalhar a hipertrofia muscular.
Uma das principais estratégias das dietas é combinar vegetais complementares em aminoácidos para que, juntos, eles ofereçam o pacote completo de que o corpo humano precisa. É o caso, por exemplo, do clássico arroz com feijão (cereal + leguminosa).
Variedade
O importante é a variedade. Uma dieta rica em cereais, frutas, grãos e leguminosas tende a oferecer os aminoácidos que precisamos e que conseguiríamos por meio da carne.
Os candidatos à dieta sem carne devem fazer a transição aos poucos e, se possível, buscando auxílio especializado para aprender a fazer as adequações necessárias sem ter nenhum prejuízo à saúde.
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