As pautas sociais como as que tratam da LGBTfobia, racismo, machismo ou outras que merecem atenção no nosso dia-a-dia, estão sendo menos discutidas nas escolas públicas.
De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Todos Pela educação na última terça-feira (25), apenas 25% das escolas tem projetos que discutam o combate à LGBTfobia. Os dados mostram que 2011 esse número era superior aos 34%, mas 10 anos depois, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, houve essa drástica diminuição.
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A analista de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação Daniela Mendes, explicou que o avanço de uma pauta ultraconservadora, discurso político da extrema-direita, os impactos da pandemia e a falta de coordenação nacional durante a última gestão do Ministério da Educação (MEC) são fatores que podem ter influenciado este cenário.
“A educação vai além da transferência de conteúdos técnicos para os estudantes. A escola precisa ser um espaço de acolhimento, respeito e valorização das diversidades. Melhorar a qualidade da educação brasileira significa também promover um ensino intencionalmente antirracista e voltado para as relações étnico-raciais, além de olhar com atenção para ações de combate ao machismo e à homofobia. Se queremos que crianças e jovens permaneçam nas escolas e consigam aprender, precisamos garantir um ambiente de maior inclusão e respeito", explicou Daniela.
Os dados foram extraídos de questionários contextuais Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb) destinados a diretores e diretoras escolares, entre 2011 a 2021. Nesse período, os números mostram que só 50% das escolas públicas tiveram ações efetivas contra o racismo.
"Há 20 anos temos a Lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade da temática de história e cultura afro-brasileira nas escolas. Precisamos avançar na implementação da legislação conquistada e na criação de ações que enfrentem as desigualdades no ambiente escolar. Não se pode esquecer, aliás, que a educação tem um papel imprescindível na preparação para o exercício da cidadania e no combate intencional ao racismo estrutural”, concluiu.
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