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Lula ataca gestão de Bolsonaro e fala de equilíbrio fiscal

Pronunciamento foi feito na noite deste domingo (28), em rede nacional, em que ele destacou a importância da pacificação e corte de gastos

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Imagem ilustrativa da notícia Lula ataca gestão de Bolsonaro e fala de equilíbrio fiscal camera Lula em rede nacional fala de Bolsonaro e corte de gastos | Reprodução/Governo Federal

O presidente Lula (PT) usou o pronunciamento em rede nacional de TV e rádio neste domingo (28), por sete minutos, para fazer críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pedir a volta da "paz" e do "humanismo". Este foi o quarto pronunciamento feito por Lula em rede nacional desde que assumiu a Presidência da República em 2023.

O petista reafirmou também o compromisso em manter a responsabilidade fiscal, exaltou dados positivos da economia e jogou para o Banco Central a culpa pelos altos juros no país. "Não abrirei mão da responsabilidade fiscal. Entre as muitas lições de vida que recebi de minha mãe, Dona Lindu, aprendi a não gastar mais do que ganho. É essa responsabilidade que está nos permitindo ajudar a população do Rio Grande do Sul com recursos federais", disse Lula.

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O pronunciamento de Lula ocorre em momento delicado para a economia do país e para o equilíbrio das contas públicas. O governo será obrigado a congelar R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano. O bloqueio é necessário para que o governo cumpra as regras do arcabouço fiscal, e ao menos parte do dinheiro congelado pode voltar à Esplanada dos Ministérios a depender do resultado das contas públicas no próximo bimestre.

A tesourada preocupa os ministérios, que procuram formas para ficar de fora do bloqueio. O ministro da Defesa, José Múcio, foi diretamente ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para pedir para ser deixado de lado. Outros ministros correm para empenhar despesas e blindar seus investimentos. O empenho é o estágio em que o governo se compromete com o pagamento de determinado gasto, o que impede o bloqueio.

Os detalhes do corte serão divulgados na próxima terça-feira (30), quando a decisão final sobre quanto cada ministério perderá é de Lula. O pronunciamento do presidente também é o primeiro desde que o governo virou foco de piadas nas redes sociais por decisões impopulares, como a sanção à lei que deu fim à isenção de imposto sobre compras internacionais de até US$ 50.

A chamada "taxa das blusinhas" rendeu memes em que Fernando Haddad aparece com o apelido de Taxadd. A onda de publicações negativas para o ministro foi debatida pela cúpula do governo, que patina para responder às piadas no meio digital.

Mesmo que a inflação tenha desacelerado em junho, o preço dos combustíveis teve nova alta na última semana. A gasolina passou de R$ 6 pela primeira vez em dez meses. Soma-se ao cenário as críticas públicas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela manutenção da Selic (taxa básica de juros) em patamares elevados.

Em evento na última sexta-feira (26), Lula perguntou se Campos Neto não teria "respeito" à população por ter defendido uma eventual flexibilização dos pisos salariais de Saúde e Educação como forma de reduzir a inflação.

"Esses dias o presidente do Banco Central deu uma declaração para imprensa que não quis acreditar. O cidadão, jovem, bem-sucedido na vida diz o seguinte: esse negócio de aumento do salário mínimo e massa salarial crescendo pode gerar inflação. Significa que, para não ter inflação, o povo precisa ganhar pouco? Será que essa pessoa não tem respeito?", disse Lula.

"Será que as pessoas pensam que alguém ganha salário mínimo porque quer ganhar salário mínimo? Será que pensa que Brasil é pobre porque quer ser pobre? Não. Dê oportunidade ao pobre que ele vai fazer como fez esse pernambucano aqui, virar presidente da República", afirmou.

Assista o pronunciamento na íntegra:

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