Rejeitado pela maior parte da população brasileira, o PL 1904, conhecido como PL do Aborto ou PL do estuprador, continua a receber críticas, inclusive de evangélicos.
Durante um evento evangélico na Igreja Batista da Água Branca, na zona oeste de São Paulo, o ministro de Direitos Humanos, Silvio de Almeida, criticou a criminalização de mulheres vítimas de estupro que praticam aborto nesta sexta-feira (21).
“Está envenenado pela ideologia do ódio quem quer que uma mulher que foi estuprada seja presa”, disse. Ele foi aplaudido de pé pelos fiéis.
A Câmara dos Deputados aprovou, no último dia 12 de junho, em votação em tempo recorde, a urgência do Projeto de Lei (PL) nº 1904/24, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio, incluindo casos de estupro. O PL é de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder evangélico na Assembleia de Deus.
O projeto é rejeitado mesmo entre católicos e evangélicos. De acordo com pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (20), 57% dos entrevistados evangélicos são contrários à aprovação do projeto.
Entre os católicos, o percentual é ainda maior: 68% discordam do PL. No total de entrevistados, a rejeição é de 66%.
Ele também criticou políticas armamentistas e reacionárias. “Pode a religião desse Deus gostar de armas, gostar de violência? Pode a religião que cultua um homem que foi torturado defender camisetas com nome de torturador? Eu acho que não pode”.
O cristianismo não pode adorar ditadores, não pode adorar quem não abre espaço para divergência, para as possibilidades, para a construção do comum
Silvio de Almeida, Ministro dos Direitos HumanosSilvio de Almeida também disse que quem defende políticas de segurança pública que leva ao extermínio de jovens negros e à morte de policiais “está envenenado pela ideologia do ódio”.
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O ministro do governo Lula foi ao evento chamado “Conversas Pastorais” nesta sexta-feira, a convite do pastor da igreja, Ed René Kivitz.
Assista o evento na íntegra:
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