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ABUSO DE PODER

Promotoria Eleitoral pede cassação da chapa de Castro no RJ

As investigações apontam que 27 mil cargos fantasmas foram criados para alocar apadrinhados de aliados de Castro

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Imagem ilustrativa da notícia Promotoria Eleitoral pede cassação da chapa de Castro no RJ camera Castro durante campanha para o governo do Rio | Divulgação

O Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro pediu, nesta quarta-feira (14), a cassação da chapa do governador Cláudio Castro por abuso de poder político e econômico em sua campanha pelo governo do estado.

Procurada, a assessoria de Castro não se manifestou.

Na ação protocolada no Tribunal Regional Eleitoral, a Procuradoria acusa o governador reeleito e mais 11 aliados de usar cargos fantasmas na Fundação Ceperj (Centro Estadual de Pesquisa e Estatística do Rio de Janeiro) em troca de votos.

As investigações apontam que 27 mil cargos fantasmas foram criados para alocar apadrinhados de aliados de Castro, além de 18 mil nomes, na Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

A Ceperj foi alvo de uma série de denúncias de pagamentos irregulares através do órgão a partir de agosto. Segundo o Ministério Público, funcionários sacaram mais de R$ 220 milhões em espécie na boca do caixa.

Os desvios que afetaram a isonomia dos candidatos foram auditados pelo Tribunal de Contas do Estado.

"Não restam dúvidas sobre a atuação como cabos eleitorais ou apoio político obrigatório das pessoas que constavam das listas e recebiam os valores públicos como 'contraprestação laboral' dos projetos executados pela Ceperj, funções essas criadas e colocadas à disposição dos interesses políticos", afirmam os procuradores regionais eleitorais Neide Cardoso de Oliveira e Flávio Paixão.

A lista de denunciados inclui o vice eleito Thiago Pampolha, o deputado eleito e atual secretário estadual de Governo, Rodrigo Bacellar (PL), e mais nove pessoas, entre elas seis secretários ou ex-secretários de Castro.

Os procuradores pedem a inelegibilidade dos citados: "A sanção deve ser aplicada não apenas em virtude da extrema gravidade da conduta dos investigados capaz de comprometer a própria normalidade e legitimidade do processo eleitoral. Não somente tinham prévio conhecimento dos atos ilícitos praticados como participaram efetivamente do cometimento do abuso de poder político e econômico", destacam.

O pedido da Promotoria Eleitoral não impede, no entanto, a diplomação do governador marcada para esta sexta-feira (16).

Cláudio Castro foi reeleito no segundo turno com 58,6% dos votos.

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