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PRISÃO DE SEGURANÇA MÁXIMA

Caso Marielle: Élcio Queiroz é transferido para a Papuda

Ex-policial militar admitiu em delação o envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) em março de 2018.

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Imagem ilustrativa da notícia Caso Marielle: Élcio Queiroz é transferido para a Papuda camera Élcio Queiroz foi transferido para a ala da segurança máxima da Papuda, penitenciária em Brasília | Imagem: Reprodução

O ex-policial militar Élcio Queiroz foi transferido para a ala da segurança máxima da Papuda, penitenciária em Brasília, após fazer delação premiada sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Na terça-feira (25), o ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, foi também transferido para a Papuda. Maxwell teria admitido a Queiroz que estava na missão de execução da parlamentar.

Na delação, o ex-PM disse que a primeira recordação sobre o planejamento de matar a vereadora é de meados de agosto de 2017. Marielle foi assassinada em 14 de março de 2018. A recordação relatada por Queiroz surgiu a partir de uma conversa entre ele e o sargento da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa, também preso sob suspeita de envolvimento no crime.

"Ao conversar sobre uma bateria nova que vira na casa de Ronnie Lessa, este contou que seria utilizada em um 'carro ruim', uma 'cabra', jargões comuns para veículos adulterados. Vindo a saber pouco depois que se tratava do Cobalt prata", diz o relatório da PF.

Segundo Queiroz, Lessa relatou que, no Réveillon entre os anos de 2017 e 2018, durante uma das campanas, houve a oportunidade de "chegar até esse alvo", mas ele não conseguiu porque Suel, que dirigia, alegou problemas mecânicos no carro no momento da aproximação.

Na delação, o ex-PM disse que a arma usada no assassinato havia sido extraviada do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais). Sobre a submetralhadora MP5, o colaborador ouviu de Lessa que seria oriunda de um extravio ocorrido muitos anos antes num incêndio do Bope. A arma teria ficado com uma pessoa que a reformou e lhe vendeu.

Trataria-se de uma arma com a qual Lessa trabalhou durante seu período no batalhão e, por isso, "teria grande valor sentimental", afirmou Queiroz em um trecho do depoimento.

Mas um relatório da Polícia Federal ressalta que as provas coletadas "não permitem qualquer conclusão sobre a relação da arma usada na execução de Marielle Franco e Anderson Gomes e os referidos incêndios".

"Ressalta-se que as declarações de Élcio Queiroz sobre esse assunto decorrem do que Ronnie Lessa teria dito, acarretando ainda mais incerteza e imprecisão sobre os fatos. Não obstante, a confirmação de que houve pelo menos dois incêndios em unidades do BPChq e de que havia submetralhadoras HK MP5 em seus arsenais torna o relato sobre a origem da arma verossímil", completa o relatório.

Queiroz está preso desde 2019, assim como o ex-policial reformado Ronnie Lessa. Os dois vão ser julgados pelo Tribunal do Júri pelo crime, mas a data do julgamento ainda não foi definida.

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