A fusão entre inovação digital e sustentabilidade deixou de ser uma tendência global para se tornar uma realidade consolidada, especialmente na Amazônia Legal, onde o potencial de mercado encontra a urgência da preservação ambiental. Startups sustentáveis, também conhecidas como greentechs, são a vanguarda desse movimento, oferecendo soluções tecnológicas que neutralizam ou reduzem o impacto negativo ao meio ambiente e à sociedade, por meio da eficiência e da redução de desperdícios.
Um estudo realizado pelo Sebrae Startups e que traça um panorama das características do ecossistema de startups inseridos na Amazônia Legal – considerando seus modelos de negócio, estágios de maturidade e portes – aponta que o segmento de impacto socioambiental está entre os três mais adotados pelas startups que possuem operações na Amazônia Legal. “A Amazônia Legal, com sua vasta biodiversidade e recursos naturais, está se consolidando como um polo de inovação”, aponta o estudo. “Os setores dominantes, como alimentos e bebidas, agronegócio e impacto socioambiental, estão diretamente ligados à riqueza da região. A inovação nesses campos têm grande potencial, não apenas para o crescimento econômico, mas também para a preservação ambiental e a sustentabilidade da Amazônia”.
De acordo com a pesquisa, intitulada Sebrae Startups Report Amazonia Legal 2025, o cenário observado revela que “a Amazônia Legal oferece oportunidades únicas para empresas inovadoras que buscam integrar soluções de tecnologia, preservação ambiental e mercados globais, consolidando-se como um pólo promissor para o futuro”.
Também no Pará, as soluções de impacto socioambiental se destacam. Segundo a pesquisa, o estado reúne atualmente 423 startups e os segmentos que mais atraem o olhar inovador no Estado são Alimentos e Bebidas (15,8%), Impacto Socioambiental (11,6%) e Saúde e Bem-estar (9,9%). Juntos, os segmentos de impacto socioambiental e alimentos e bebidas concentram mais de 27% dos empreendimentos do ecossistema local, que se destacam por desenvolver soluções que unem biodiversidade, saberes tradicionais e tecnologia.
Ainda de acordo com a pesquisa, a maior parte das empresas paraenses ainda está em estágios iniciais, com 30,7% em fase de Ideação e 27,2% em Validação. O modelo predominante entre as startups paraenses é o B2B (34%), seguido por B2C (28,4%) e B2B2C (27,4%), o que aponta uma atuação voltada tanto para grandes cadeias produtivas, quanto para o consumidor final. O principal modelo de receita é o de vendas diretas (51,3%). Em termos de maturidade, 30,7% das startups estão em fase de ideação e 27,2% em tração. Em relação ao porte, 76,3% são Microempresas, 14,8% são Empresas de Pequeno Porte e 8,9% se enquadram em Demais.
Entre os exemplos de startups desenvolvidas no estado que seguem os modelos de impacto socioambiental está a DCO Sustentável. Formada por paraenses, a startup associa ciência e tecnologia ao ecossistema amazônico para gerar energia verde, contribuindo para a redução do entrave representado pela falta de energia elétrica. Desde o seu nascimento, a startup acumula reconhecimentos pela sua atuação, incluindo o destaque na etapa de Tração (aceleração) do Inova Amazônia 2024, programa de aceleração de startups promovido pelo Sebrae e Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).
Tendência Nacional e Segmentos de Startups na Amazônia Legal
De acordo com o Sebrae Startups, a tendência de crescimento de negócios de impacto socioambiental não é uma realidade apenas da região amazônica, mas de todo o Brasil. Dados do Observatório Sebrae Startups divulgados em outubro deste ano apontam que o país já soma pelo menos 1.270 empresas com esse perfil, fazendo com que o segmento de impacto socioambiental já seja o quinto maior na base Sebrae Startups.
STARTUPS NA AMAZÔNIA LEGAL: PRINCIPAIS SEGMENTOS
O segmento Alimentos e Bebidas lidera entre as startups da Amazônia Legal, com 12,7% das empresas atuando nessa área. A região, rica em recursos naturais e biodiversidade, tem se destacado pela inovação no processamento e distribuição de produtos alimentícios, com soluções que buscam agregar valor à produção local e atender à crescente demanda por produtos sustentáveis e de qualidade. O Agronegócio segue de perto com 11,8%, refletindo a importância do setor na economia da região. Startups no agronegócio estão inovando em soluções para aumentar a produtividade, eficiência e sustentabilidade das atividades agrícolas, como tecnologias para manejo de culturas e otimização da cadeia de suprimentos.
O segmento de Impacto Socioambiental, com 10,8%, evidencia o crescente número de iniciativas voltadas para a preservação ambiental, sustentabilidade e inclusão social, alinhadas com as necessidades específicas da região. Saúde e Bem estar (9,8%) e Tecnologia da Informação (8%) têm mostrado crescimento, refletindo a demanda por soluções acessíveis e inovadoras. Os demais segmentos, embora com menor participação, ainda são nichos relevantes para a inovação na região.
Startups no Pará: Panorama e Segmentos
423 startups mapeadas
Principais Segmentos
- 15,8% – Alimentos e Bebidas
- 11,6% – Impacto Socioambiental
- 9.9% – Saúde e Bem estar
- 8% – Tecnologia da Informação
- 7,3% – Agronegócio
- 5,2% – Indústria e Transformação
- 4,5% – Hotelaria e Turismo
- 3,8% – Varejo e Atacado
- 3,3% – Gestão e Consultoria
Porte das Startups
- 76,3% – Microempresa
- 14,8% – Empresa de Pequeno Porte
- 8,9% – Demais
Fonte: Sebrae Startups Report Amazonia Legal 2025.

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