Pane provoca acúmulo de bagagens e atrasa voos no Aeroporto de Belém

Há momentos em que o aumento natural da movimentação nos aeroportos coloca à prova não apenas a paciência dos passageiros, mas também a capacidade dos sistemas que sustentam o ritmo de chegadas e partidas. Em períodos de grande fluxo, qualquer instabilidade vira efeito dominó - e, em Belém, não foi diferente. A pane nas esteiras e o consequente acúmulo de bagagens deixaram evidente como a operação pode ser sensível justamente quando mais se exige dela.

Desde a noite da última sexta-feira (21) e ao longo deste sábado (22), uma falha nas esteiras de despacho de bagagens afetou o funcionamento do Aeroporto Internacional de Belém, provocando atrasos nos voos e gerando um cenário de acúmulo visível nas áreas de embarque. Imagens que circularam nas redes sociais registraram malas empilhadas e passageiros à espera de normalização da operação.

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Relatos de passageiros e colaboradores apontam para atrasos em todos os voos internacionais e para outras capitais brasileiras. Até o momento, não há posicionamento oficial sobre a origem do problema nem previsão de quando o sistema voltará a operar plenamente.

A reportagem do DOL entrou em contato com a Norte da Amazônia Airports (NOA) para solicitar esclarecimentos sobre a pane registrada nas esteiras de despacho de bagagens e os impactos na operação do aeroporto de Val-de-Cans. Mesmo com as queixas e os atrasos, a empresa negou problemas nos equipamentos. Leia a nota:

A Norte da Amazônia Airports (NOA), concessionária do Aeroporto Internacional de Belém, informa que não foi identificado qualquer registro de pane nas esteiras de despacho de bagagens entre sexta-feira (21) e sábado (22). A concessionária mantém equipe técnica especializada de plantão para mitigar prontamente qualquer eventualidade que possa impactar o funcionamento dos equipamentos.

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Uma fonte interna ouvida pela reportagem confirmou o impacto operacional. "Sim, a gente está tendo problema de atraso com os voos e fechamento no horário. Isso vem acontecendo desde ontem (sexta-feira) por causa das esteiras. Não tem espaço lá atrás, as empresas não dão conta, é muita bagagem", relatou.

Segundo a mesma fonte, a limitação do espaço no setor interno do aeroporto agrava o quadro. "A estrutura não comporta guardar tanta bagagem. A esteira para toda hora, o trabalho não flui. Aí fica bagagem misturada, de várias companhias."

TERMINAL PASSOU POR AMPLIAÇÃO E MODERNIZAÇÃO

Sob administração da Norte da Amazônia Airports (NOA), o terminal de Val-de-Cans passou recentemente por obras de ampliação e modernização, com melhorias no atendimento ao passageiro e na infraestrutura operacional. Ainda assim, o aumento expressivo do movimento no feriadão do Dia da Consciência Negra prolongado e na rota de circulação para a COP30 elevou a pressão sobre o sistema.

Entre os dias 19 e 23 de novembro, a expectativa da própria NOA é de que mais de 72 mil passageiros circulem pelo local em 534 voos nacionais e internacionais. O número representa crescimento de 36% na movimentação e de 32% na oferta de voos em comparação ao mesmo período do ano passado, quando 53 mil viajantes embarcaram ou desembarcaram em 403 operações.

Para atender à alta demanda, impulsionada tanto pelo feriadão quanto pela conferência internacional, as companhias aéreas Azul e GOL adicionaram 131 voos extras para destinos como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Salvador, Santarém, Macapá, Manaus e Paramaribo, no Suriname.