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ENTREVISTA COM O SENADOR

Jader Barbalho fala sobre transformação do Pará na COP 30

Senador destaca em entrevista a relevância da população ribeirinha na construção de um território sustentável. Confira!

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Imagem ilustrativa da notícia Jader Barbalho fala sobre transformação do Pará na COP 30 camera O Senador Jader Barbalho destaca a relevância da população Ribeirinha na construção de um território sustentável. | Foto: Divulgação

Belém se prepara para sediar a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, um evento histórico que deve colocar o Pará no centro das atenções mundiais. Com investimentos federais e estaduais, a capital passa por uma transformação estrutural — das grandes vias às áreas de lazer, do saneamento à mobilidade urbana.

À frente dessa pauta, o senador Jader Barbalho (MDB-PA) destaca o papel estratégico do estado na construção de um futuro sustentável, lembrando que o Pará — o segundo maior estado do Brasil, com cerca de 1,245 milhão de km² — já foi palco de uma forte política de colonização durante o regime militar, e hoje busca se reinventar como referência em sustentabilidade e valorização das populações tradicionais.

Nesta entrevista, o senador destaca a relevância da população Ribeirinha na construção de um território sustentável. Jader Barbalho é autor de projetos relevantes e que priorizam milhares de famílias que vivem nas margens de rios e igarapés, que garantem o sustento daquilo que a terra e as águas produzem, e que são conhecidos como guardiões das florestas.

Ele é autor da lei que instituiu o Dia Nacional do Ribeirinho, que passa a ser comemorado no dia 6 de junho. Jader também apresentou o Projeto de Lei nº 2916/2021, em tramitação no Senado Federal que propõe a criação do Estatuto do Ribeirinho, que estabelecerá direitos e proteção para essa população.

Senador, o Pará será o centro do mundo durante a COP30. Que significado tem esse momento para o estado e para o senhor, que acompanhou tantas fases da história paraense?

Jader Barbalho: A realização da COP30 em Belém é um marco histórico. Durante décadas, o Pará foi visto como um território a ser explorado. Hoje, mostramos que somos um estado capaz de liderar o debate global sobre sustentabilidade. É uma virada de página — de colônia para território sustentável.

O governo federal tem feito investimentos significativos em Belém. Quais dessas obras o senhor destacaria?

Jader Barbalho: O pacote de obras é amplo e essencial. Temos melhorias na mobilidade urbana, com a ampliação e requalificação de avenidas importantes; investimentos em saneamento e drenagem; revitalização de áreas de lazer e espaços públicos; e grandes obras de infraestrutura — pontes, corredores viários e equipamentos turísticos que vão deixar um legado permanente para a população.

Como o senhor avalia o impacto dessas transformações para o dia a dia do cidadão belenense?

Jader Barbalho: Belém está ficando mais bonita, mais funcional e mais justa. O que antes era promessa, agora se concretiza em obras que melhoram a vida de quem vive aqui. A COP30 é um evento global, mas o verdadeiro legado será local: mais qualidade de vida, mais oportunidades e mais orgulho de ser paraense.

O senhor costuma lembrar que o Pará é um dos maiores estados do Brasil e que passou por uma política intensa de colonização. De que forma essa história influencia o presente?

Jader Barbalho: É importante lembrar de onde viemos. O Pará tem uma história de luta e de ocupação forçada durante o período militar, quando o lema era “integrar para não entregar”. Hoje, nossa integração é de outra natureza: integrar para preservar, incluir e desenvolver com respeito às populações tradicionais.

Legado da Colonização e o Futuro Sustentável do Pará

O senhor governou o Estado no período em que prevalecia a ocupação da Amazônia. O que destaca sobre aquela época de grandes obras, como a Transamazônica?

Jader Barbalho:“Aquele foi um período de grandes desafios e também de grandes aprendizados. O Brasil vivia uma política de ocupação da Amazônia, e o Pará foi o coração desse processo. Grandes obras como a Transamazônica tinham o objetivo de integrar o país, mas é importante lembrar que a Amazônia já era habitada — já existiam comunidades ribeirinhas, povos indígenas e famílias que viviam em isolamento, muitas vezes esquecidas pelo poder público.

O que procuramos fazer foi dar voz e visibilidade a essas pessoas, levar serviços básicos e infraestrutura. Hoje, a grande diferença é que falamos em desenvolvimento sustentável, respeitando quem sempre esteve aqui. A Amazônia nunca foi um vazio — sempre foi um espaço cheio de vida, de cultura e de gente que merece respeito.”

Como essa transformação de modelo econômico do Pará pode contribuir para outras economias mundiais que também passaram por processos de colonização predatória?

Jader Barbalho: Esse novo momento da história do Pará pode contribuir para que outros territórios pelo mundo afora enfrentem esse desafio. A mudança de um modelo econômico histórico de exploração predatória de recursos naturais para um modelo de desenvolvimento sustentável e bioeconomia, um desafio que deve ser compartilhado com outras regiões que enfrentaram processos de colonização, mas com características únicas devido à sua importância global para a regulação climática e biodiversidade. O Pará aprendeu com o passado e se volta ao futuro com confiança. Belém, às vésperas da COP30, se reafirma como vitrine mundial da sustentabilidade — e o Pará, mais uma vez, escreve seu nome na história.

Neste mandato no Senado, o senhor fez questão de homenagear a população ribeirinha do Pará e da Amazônia como um todo. Qual tem sido o papel dessas famílias, durante décadas, na preservação das florestas?

Jader Barbalho: Andei muito por todo o Pará ao longo desses mais de 60 anos de vida pública. Um dos projetos que apresentei, e que me dá muito orgulho é a instituição do Dia Nacional do Ribeirinho. Não se trata apenas de mais uma data a ser comemorada no país. Há todo um contexto histórico nessa iniciativa, sobretudo o fato de dar visibilidade e apoio às comunidades ribeirinhas, que vivem às margens dos rios e dependem diretamente da natureza, promovendo ações de educação, saúde, trabalho e preservação cultural. É uma forma de valorizar e dar apoio às populações que vivem em áreas fluviais e uma oportunidade de conscientizar a população sobre a importância do ribeirinho para o meio ambiente, além de estimular políticas públicas e o desenvolvimento social e econômico dessas comunidades.

E qual tem sido a contribuição dessas comunidades no processo de transformação do modelo econômico do Pará?

Jader Barbalho: Não se trata apenas de comunidades que vivem no território paraense. Os ribeirinhos estão presentes em toda a região amazônica, no Amazonas e demais estados da região Norte. As comunidades ribeirinhas são essenciais para a preservação das florestas por serem guardiãs do conhecimento tradicional e por praticarem o uso sustentável dos recursos naturais. Seu conhecimento ancestral sobre a floresta, a dinâmica dos rios e o ciclo de vida das espécies permite a conservação da biodiversidade e do equilíbrio ecológico, por meio de práticas de manejo, coleta e pesca sustentáveis que não degradam o meio ambiente.

Rumo à COP30

Qual a mensagem o senhor deixa ao mundo às vésperas da COP30?

Jader Barbalho: “O mundo vai conhecer um Pará que respeita sua floresta, suas águas e seu povo. Que entende que desenvolvimento e sustentabilidade caminham juntos. Tenho certeza de que esta será a melhor conferência climática da ONU já realizada — e será em solo paraense.”

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