Uma megaoperação policial deflagrada nesta terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, terminou com mais de 100 mortos e dezenas de prisões. Entre as vítimas, 13 eram naturais do Pará, conforme dados divulgados pela Cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (31).
Entre os detidos estão Rodrigo de Jesus Coelho, conhecido como “RD”, e Joelison de Jesus Barbosa, o “Fuzue” apontados como lideranças do Comando Vermelho em Tucuruí, no sudeste do Pará. A região é considerada estratégica para o crime organizado por causa da densa área de floresta, que facilita o transporte e o armazenamento de drogas e armas. De acordo com o secretário de Segurança Pública do Pará, Ualame Machado, as forças estaduais monitoravam os suspeitos há meses.
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Um estudo conjunto da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e da Direção Nacional de Inteligência da Colômbia revela que rios da Amazônia têm sido usados como rotas do tráfico internacional. O documento também cita o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, como um dos principais pontos de escoamento dessas operações ilegais.
O relatório destaca ainda o fortalecimento de conexões com fornecedores da Colômbia e do Peru, o que tem ampliado a presença de facções brasileiras na Tríplice Fronteira. Na região Norte, o Comando Vermelho domina as ações, mantendo operações transnacionais complexas e contribuindo para os altos índices de violência.
Operação revela QG nacional do Comando Vermelho
Segundo o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, os complexos da Penha e do Alemão se tornaram centros de decisão do Comando Vermelho em nível nacional. “A investigação e as informações de inteligência mostram que lá nos complexos da Penha e do Alemão são onde são feitos treinamentos de tiros, para os marginais serem formados aqui e voltarem aos seus estados de origem para disseminar a cultura da facção”, afirmou Curi.
Do total de 117 suspeitos mortos na operação, 78 tinham histórico criminal, incluindo homicídios e tráfico de drogas, e 42 estavam foragidos da Justiça. Entre eles, 39 eram de outros estados: 13 do Pará, 7 do Amazonas, 6 da Bahia, 4 do Ceará, 4 de Goiás, 3 do Espírito Santo, 1 do Mato Grosso e 1 da Paraíba.
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Além das mortes, a ação resultou em 113 prisões, a apreensão de 10 menores infratores, 91 fuzis, 26 pistolas, 1 revólver e 1 tonelada de drogas. Desde terça-feira (28), agentes do Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio realizam força-tarefa para identificar os corpos.
"Nosso trabalho é livrar a sociedade do tráfico, da milícia, de todo aquele que prejudica o nosso direito de ir e vir. Nós continuaremos trabalhando com técnica e respeito à lei, para que a gente possa estar devolvendo o direito de ir e vir", comentou o governador do Rio de Janeiro sobre a megaoperação.
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