A última terça-feira (28) amanheceu tensa, com as forças de segurança do Pará acompanhando de longe a busca por criminosos que acreditavam estar fora do alcance da lei. Entre as ruas do Rio de Janeiro, o esforço conjunto das forças de segurança acabou por localizar suspeitos que, embora fisicamente distantes, continuavam coordenando ações criminosas em solo paraense.
O secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, Ualame Machado, concedeu entrevista à imprensa na manhã desta quarta-feira (29) para detalhar a Operação Contenção, realizada em parceria com as polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro.
Segundo ele, a ação visou 32 alvos paraenses, investigados por liderar grupos criminosos no Pará a distância. A operação resultou, até o momento, na localização de 10 desses suspeitos, com quatro presos e seis mortos em confronto.
"Essa foi mais uma operação integrada com as forças de segurança do Rio de Janeiro. Nessa específica, nós tinhamos 32 mandados de prisão a serem cumpridos envolvendo paraenses que estão no Rio e de lá tentam coordenar o crime organizado no Pará. A gente garante que os criminosos que têm liderança não estão no Pará. Eles fogem do Pará justamente porque sabem que aqui são alcançados, mas a gente tem apoio no Rio de Janeiro para poder chegar até eles", afirmou Machado.
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O secretário detalhou que as investigações são conduzidas pela inteligência da Polícia Civil do Pará, com mandados de prisão expedidos pelo Judiciário estadual. "A investigação é feita pela inteligência da Polícia Civil do Pará, então o pedido de prisão é feito e o poder judiciário defere. E assim nós conseguimos incluir nossos mandados nas operações que são realizadas no Rio de Janeiro, como a de ontem (terça-feira)", completou.
"Até o momento, pois é claro que os dados estão sendo atualizados a cada momento, nós temos quatro paraenses presos e seis que vieram a óbito em confronto. No total, portanto, são dez paraenses nessa operação e que tinham importância dentro dessa organização criminosa. Eles estavam envolvidos em extorsões de comerciantes, mortes de agentes de segurança pública, latrocínio, homicídio, tráfico de drogas entre outros", disse ainda Machado, ressaltando que os prontuários estão sendo enviados para confirmação das identidades.
COOPERAÇÃO ENTRE ESTADOS
A operação contou com cooperação constante entre estados. "Nós temos um trabalho de integração com todas as polícias dos estados. Praticamente todos os estados brasileiros têm criminosos foragidos. Recentemente realizamos operações integradas com Santa Catarina e Amazonas, por exemplo. Não é só com o Rio de Janeiro, mas como o número de foragidos lá é maior, as inteligências trocam informações o tempo todo", explicou o secretário.
PARAENSES PRESOS E MORTOS
De acordo com informações de emissoras de TV, os paraenses que perderam a vida durante a ação foram identificados como: Lucas da Silva Lima (“LK”), Jhonata de Lima Albuquerque (“Turista”), Gilberto Nascimento (“Bigodinho”), Nailson Miranda (“Mujuzinho”), Ednelson da Silva Abreu (“Caboco”) e Wesley Martins e Silva. Todos eles já tinham passagem pelo sistema de segurança pública do Pará.
Outros cinco paraenses - Rodrigo de Jesus Coelho (“RD”), Joelison de Jesus Barbosa (“Fuzuê”), Damilson Lopes (“DAM”), Helison Cauã Oliveira e Flávio Henrique dos Santos - foram detidos durante a operação. Eles devem responder por suspeita de envolvimento em crimes como tráfico de drogas, homicídio e associação criminosa.
LIGAÇÃO COM FACÇÕES CRIMINOSAS
O delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Raimundo Benassuly, informou que equipes de inteligência da corporação estiveram recentemente no Rio de Janeiro para apoiar as investigações sobre foragidos paraenses com mandados de prisão expedidos pela Justiça do Estado.
Segundo ele, parte desses suspeitos estaria ligada a facções criminosas que atuam no Pará, responsáveis por ordenar extorsões a comerciantes e ataques contra agentes de segurança pública. Muitos fugiriam para o Rio de Janeiro após cometer crimes no estado, mas continuam sendo identificados pelas investigações em curso.
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