Relembre: criança encontrada em mala no passado em Belém virou santa popular

A população de Belém ficou em choque na tarde desta segunda-feira (27), quando o corpo de uma criança com cerca de 5 anos foi encontrado dentro de uma mala na frente do cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia.

O crime bárbaro ainda segue envolto em diversos mistérios, e chama a atenção também pela similaridade do outro caso que ocorreu na capital paraense, em que o corpo de uma criança também foi colocado em uma mala. A vítima da ocasião passou a ser considerada santa popular e está sepultada no mesmo cemitério em que ocorreu o caso de hoje.

Crime da Mala

O caso ficou gravado na memória popular paraense como o "Crime da Mala", um evento trágico ocorrido em 1973 que culminou na morte precoce de Diene Ellen, uma criança de apenas dois anos. O crime ocorreu em Belém do Pará, no dia 01 de novembro.

A vítima, Diene Ellen, foi brutalmente assassinada pelo próprio pai, que sob efeito do álcool, atacou a filha, violentando-a e matando-a a facadas. Após o homicídio, ele esquartejou o corpo e o depositou em uma mala.

O assassino embarcou a mala em um ônibus na rodoviária, com destino ao interior do estado. O corpo foi descoberto dois dias depois da ação criminosa por um funcionário da empresa de ônibus, devido ao forte odor que emanava da bagagem.

O assassino foi identificado na época, condenado e cumpriu a pena pelo crime que ficou conhecido como "crime da mala". Ele ficou custodiado no presídio São José Liberto, que hoje está desativado e funcionando como espaço cultural. Devido à grande repercussão que o crime teve na época, o assassino não queria deixar o presídio, temendo ser morto ao sair, e preferiu permanecer no local. Ele chegou a se tornar cozinheiro enquanto estava preso.

Diene Ellen nasceu em 27 de outubro de 1971, falecendo antes do Dia de Finados. Seu túmulo está localizado na alameda São Geraldo, no cemitério São Jorge, situado no bairro da Marambaia.

Pessoas que visitam o local costumam acender velas perto da pedra de mármore do túmulo, fazer promessas e doar brinquedos, muitas vezes cumprindo os votos feitos. A mãe da menina visitava o cemitério duas vezes por ano, mas faleceu em 2004, já bastante idosa e debilitada. Se estivesse viva em 2025, Diene Ellen completaria 54 anos.