
De onde vem a água que chega à torneira e o que acontece quando ela se perde pelo caminho? Parece estranho falar em desperdício, ainda mais na região amazônica, onde a água corre em abundância. Mas o fato é que ele ocorre e traz prejuízos para a população, pois o uso não consciente pode levar até mesmo à falta d’água nas torneiras.
“Fala-se muito em conscientização, mas o que às vezes falta é o ensino pelo exemplo, que tem mais força que a palavra, principalmente quando se convive com crianças”. A afirmação é da advogada Virgínia Cardoso, que tem o consumo consciente dos recursos naturais na sua rotina.
“Aqui, eu desligo a torneira na hora de escovar os dentes e tenho o cuidado de não demorar muito nos banhos, por exemplo. Eu sei que são atitudes simples, mas eu faço questão de compartilhá-las com a minha sobrinha, de 6 anos, pois assim já ajudo a adequar a linguagem dela, que começa a ter uma noção da importância de cuidar do planeta”, explica. “Essa responsabilidade não pode ser só cobrada dos governos, temos que praticar o consumo consciente como sociedade, pois trata-se do nosso futuro”, completa.
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Na semana em que se comemora o Dia do Consumo Consciente (15/10), o desperdício de um recurso tão importante para a vida do ser humano chama a atenção, até porque, de acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), atitudes simples — como fechar a torneira ao escovar os dentes ou reduzir o tempo de banho — podem economizar até 180 litros de água por dia por morador. Esses números reforçam que a soma de intervenções técnicas e mudanças de comportamento faz diferença direta no abastecimento.
A concessionária Águas do Pará, que desde o dia 1º de setembro opera em Belém, Ananindeua e Marituba, adota medidas na rede de abastecimento, para reduzir as perdas decorrentes do sistema, mas conta com o apoio da população para fazer a sua parte. “O consumo consciente é uma responsabilidade compartilhada. Quando cada pessoa faz sua parte, o impacto positivo é coletivo: garantimos mais estabilidade no sistema, reduzimos perdas e contribuímos com o meio ambiente”, destaca Mariana Sena, gerente executiva de Responsabilidade Social da concessionária.
Para ampliar esse engajamento, Sena explica que a concessionária prepara a implementação do programa Afluentes — iniciativa já consolidada em outras empresas da Aegea, controladora da Águas do Pará, e referência em saneamento privado no Brasil. O projeto busca aproximar as equipes operacionais das comunidades por meio do diálogo com lideranças locais, promovendo educação socioambiental e estimulando, entre outras práticas sustentáveis, o uso consciente da água. A proposta é fortalecer a parceria com a população, ampliando o impacto positivo das ações voltadas à sustentabilidade e à eficiência do abastecimento.
A professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) e pós- doutora em Desenvolvimento Socioambiental pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA-UFPA), Maria Ludetana, alerta para o desafio da mudança cultural como prioridade no uso racional e consciente da água. “É preciso abandonar a ideia de abundância e entender que a água tem um custo, tanto econômico quanto ambiental, para que seja disponibilizada em qualidade e quantidade suficientes para atender às múltiplas demandas”, destaca.
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Uso consciente
- Feche a torneira enquanto escova os dentes ou ensaboa a louça. Essa atitude simples pode economizar até 12 litros de água por minuto — (fonte: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA);
- Reduza o tempo de banho. Um banho de 5 minutos consome cerca de 45 litros de água, enquanto banhos longos (acima de 10 minutos) podem ultrapassar 180 litros — (fonte: ANA);
- Verifique vazamentos. Um gotejamento contínuo pode desperdiçar mais de 40 litros por dia;
- Reaproveite a água da chuva para lavar calçadas ou regar plantas;
- Evite lavar carros com mangueira. Prefira o balde e o pano úmido;
- Utilize a máquina de lavar roupas ou louças apenas com carga completa;
- Cuide do seu hidrômetro. Ele é um aliado no controle do consumo e na identificação de possíveis vazamentos.
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