
Pais de alunos protestaram na manhã desta segunda-feira (29) em frente à Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Benedito Maia, no bairro do Coqueiro, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. O ato foi motivado pela denúncia de um suposto caso de assédio sexual envolvendo um professor de redação e uma aluna de 13 anos.
O docente foi acusado de tentar beijar a estudante dentro da sala de aula no último dia 15. O caso está sob investigação da Polícia Civil em sigilo. O afastamento do professor foi oficializado em 17 de setembro, por meio da Portaria nº 363/2025-GABS/SEM, publicada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Segundo a mãe de um aluno que participou do protesto, o educador já tinha histórico de condutas semelhantes e havia sido afastado anteriormente.
“Esse professor, que já tinha histórico na escola, não era aceito de volta pelos próprios professores. Mesmo assim, ele procurou o prefeito, doutor Daniel, para conseguir retornar. Ele já havia sido afastado anteriormente por causa dessas atitudes, mas conseguiu voltar para a mesma escola”, afirmou a mulher, que pediu para não ser identificada.
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A denúncia mais recente foi feita pela professora Lidiane Maia, que comunicou o caso à comunidade escolar. Após o ocorrido, a aluna foi transferida para outra unidade de ensino.
O episódio também gerou repercussão porque a docente que denunciou a situação acabou alvo de sindicância e foi afastada por 60 dias, sob acusação de ter exposto informações aos estudantes. Caso a comissão de sindicância identifique irregularidades em sua conduta, a professora poderá responder a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
Durante a manifestação desta segunda-feira, mães levantaram cartazes pedindo a exoneração do professor e do diretor da escola. Também houve reivindicações pelo retorno da professora Liane Pinheiro Farias, que apoiou a denúncia.
"A gente quer que a professora volte, porque foi graças a ela que alertou nossos filhos sobre o que estava acontecendo dentro desta escola. Ela é uma excelente professora, já esse atual diretor, nós queremos fora", disse uma mãe entrevistada pelo repórter Paulo Cidadão, da RBA TV.
O protesto contou com a participação do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação Pública de Ananindeua (Sintepp - Subsede Ananindeua).
Pais e representantes do movimento afirmam que existe censura dentro da escola para que o tema não seja discutido. Eles destacam que continuarão mobilizados até que haja mudanças na gestão da unidade.
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Relatos apontam ainda que o professor já havia sido denunciado em 2023, quando uma mãe apresentou provas de mensagens enviadas à filha de 13 anos. Na ocasião, ele chegou a ser afastado, mas o caso foi arquivado e o servidor retornou às atividades.
“Ele foi apenas afastado do cargo, não foi exonerado. Então ele pode muito bem voltar a lecionar em outra escola e tentar abusar da filha de outra pessoa”, disse outra mãe de aluno, em entrevista ao DOL.
Em nota, a Prefeitura de Ananindeua informou que, diante da nova denúncia de importunação sexual, adotou todas as providências cabíveis e instaurou sindicância para apurar os fatos, garantindo o devido processo legal e a proteção da comunidade escolar.
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